ATA DA NONAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
27-10-1999.
Aos vinte e sete dias do mês de outubro
do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha
do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas
foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Cláudio
Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa,
João Dib, José Valdir, Maristela Maffei, Paulo Brum e Renato Guimarães. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada,
Carlos Alberto Garcia, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gilberto Batista,
Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos
Nedel, João Motta, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila,
Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sônia Santos e Tereza Franco. Constatada a
existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os
trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Octogésima
Sétima Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo
Vereador Carlos Alberto Garcia, 05 Pedidos de Providências e as Indicações nºs
53 e 54/99 (Processos nºs 3358 e 3359/99, respectivamente); pela Vereadora
Clênia Maranhão, 01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 142/99
(Processo nº 2760/99); pelo Vereador Elói Guimarães, 01 Pedido de Providências;
pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João
Dib, o Pedido de Informações nº 142/99 (Processo nº 3369/99); pelo Vereador
João Motta, a Emenda nº 01 ao Projeto de Resolução nº 26/98 (Processo nº
1778/98); pelo Vereador Lauro Hagemann, o Projeto de Lei do Legislativo nº
179/99 (Processo nº 3348/99). Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do
Vereador Reginaldo Pujol, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando o
desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 142/98 (Processo nº
2820/98). Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à
Senhora Marina Helena Durganti e ao Senhor Valtair do Amaral Madalena,
respectivamente atual Presidente e primeiro Presidente do Sindicato dos
Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA, que registraram o
transcurso do décimo aniversário de fundação da Entidade, historiando dados
relativos à fundação e às atividades desenvolvidas pelo SINDICÂMARA para a
defesa dos direitos dos funcionários da Casa. Na ocasião, nos termos do artigo
206 do Regimento, os Vereadores Lauro Hagemann, Reginaldo Pujol, João Dib,
Clênia Maranhão, Guilherme Barbosa, Luiz Braz, Cláudio Sebenelo e Isaac Ainhorn
manifestaram-se sobre o tema abordado durante a Tribuna Popular. Também, o
Senhor Presidente registrou as seguintes presenças: do Senhor Luís Carlos
Mendelsky, Presidente do Montepio dos Funcionários Municipais – MFM; do Senhor
César Pureza, Presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre – SIMPA;
do Senhor João Paulo Machado, Presidente da Associação Técnico-Científica da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre - ASTEC e Vice-Presidente da Associação
dos Funcionários Municipais de Porto Alegre – AFM; do Senhor Marco Aurélio
Calói, Presidente da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de
Porto Alegre – AIAMU. Ainda, o Senhor Presidente prestou informações sobre os
trabalhos da presente Sessão. Às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, os
trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e
dois minutos, constatada a existência de “quorum”. A seguir, foi iniciado o
período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a homenagear o décimo aniversário da
Associação Nova Azenha, nos termos do Requerimento nº 212/99 (Processo nº
3124/99), de autoria do Vereador Nereu D’Ávila. Compuseram a MESA: o Vereador
Nereu D’Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Nilton
Lerrer, Presidente da Associação Nova Azenha; o Senhor Ignácio Miguel Gassen,
representante da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul -
FEDERASUL; o Tenente-Coronel Carlos Alberto Moreira dos Santos, representante
do Comando Geral da Brigada Militar; o Senhor Waldir Bronzatto, Presidente da
Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul; o Vereador Adeli Sell, 1º
Secretário da Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Nereu D’Ávila, ao saudar o
transcurso dos dez anos de atividades da Associação Nova Azenha, destacou o
trabalho desenvolvido pelos empresários e moradores a ela associados na busca
de melhores condições de vida e de trabalho e mencionou obras realizadas no
Bairro Azenha que tiveram o apoio da Entidade homenageada. O Vereador Luiz Braz
ressaltou a contribuição dada pela Associação Nova Azenha para a estruturação e
o fortalecimento dos estabelecimentos comerciais localizados no Bairro Azenha,
defendendo a adoção de medidas públicas que visem a preservar as atividades dos
pequenos e médios empreendimentos da região. O Vereador João Carlos Nedel
parabenizou a Associação Nova Azenha pelo transcurso do seu décimo aniversário,
referindo-se a iniciativas tomadas pela Entidade homenageada com vistas à
implantação de melhorias estruturais, qualificação profissional e geração de
novos empregos para os trabalhadores do Bairro Azenha. O Vereador Adeli Sell
cumprimentou a Associação Nova Azenha pelos seus dez anos de existência,
enfatizando ser necessária a concessão, por parte do Poder Público, de maiores
incentivos aos pequenos e médios estabelecimentos e declarando-se contrário à
instalação de empreendimentos comerciais de grande porte. O Vereador Elói
Guimarães, ao manifestar-se em saudação à Associação Nova Azenha pelo
transcurso dos seus dez anos de existência, defendeu a manutenção da atual estrutura
do comércio existente no Bairro Azenha. Também, lembrou a figura do Senhor
Sílvio Rostirola, ex-Presidente da Associação Nova Azenha. Na ocasião, o Senhor
Presidente registrou a presença do Senhor Moacir Kohl, Vice-Governador do
Estado do Mato Grosso do Sul, convidando Sua Excelência a integrar a Mesa dos
trabalhos. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Valdir cumprimentou os dirigentes
da Associação Nova Azenha pela passagem do décimo aniversário dessa Associação,
comentando a luta empreendida pelos comerciantes do Bairro Azenha para manter o
funcionamento de suas casas comerciais, apesar da conjuntura econômica
desfavorável. Na oportunidade, os Vereadores João Motta e Lauro Hagemann
manifestaram-se em saudação à Associação Nova Azenha. A seguir, o Senhor
Presidente concedeu a palavra ao Senhor Nilton Lerrer, que agradeceu o registro
feito hoje por este Legislativo, com referência ao décimo aniversário da
Associação Nova Azenha. Às dezesseis horas e dois minutos, os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinco minutos,
constatada a existência de “quorum”. Em continuidade, o Vereador Reginaldo
Pujol registrou o transcurso, no dia de hoje, do sexagésimo quarto aniversário
da Rádio Bandeirantes, solicitando fosse enviado à emissora manifestação
oficial deste Legislativo com relação à data, o que foi deferido pelo Senhor
Presidente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador João Dib teceu críticas ao Executivo
Municipal pela utilização de cartas-contrato para a admissão de servidores,
defendendo o cumprimento de legislação editada pela Casa, que cria novos cargos
na Secretaria Municipal da Saúde. Também, manifestou-se sobre o Projeto de Lei
do Executivo nº 35/99. O Vereador Cyro Martini teceu considerações sobre iniciativas
adotadas pelos Governos do Estado e do Município, com vistas ao estabelecimento
de campanhas educativas de prevenção a acidentes de trânsito, declarando que
tais medidas têm importância decisiva para a qualificação e humanização do
tráfego viário. O Vereador Cláudio Sebenelo criticou a forma como o Governo
Estadual vem lidando com os problemas da Fundação do Bem Estar do Menor –
FEBEM, externando sua contrariedade à utilização da Brigada Militar na
prestação de serviços de segurança nos estabelecimentos correcionais vinculados
a essa Entidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Américo Leal
reportou-se a notícias veiculadas pela imprensa, relativas à utilização de veículo
e imóvel de propriedade do Estado pelo Senhor Roberto Ludwig, Comandante-Geral
da Brigada Militar, defendendo o uso de equipamentos oficiais para a prestação
de segurança a Sua Senhoria. O Vereador Isaac Ainhorn reportou-se à aprovação,
pela Comissão de Constituição e Justiça, de Parecer relativo a questões legais
incidentes sobre a demolição do prédio do Mercado Público do Bom Fim,
analisando dados constantes desse Parecer e afirmando que o Executivo Municipal
deve ser responsabilizado por esse fato. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 172/99, 176/99,
este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Antônio Losada, e 142/99, este
discutido pelos Vereadores Elói Guimarães e José Valdir, o Projeto de Lei do
Executivo nº 41/99, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/99; em 3ª
Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 173/99, o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo nº 16/99, os Projetos de Lei do Executivo nºs 36,
37, 38, 39 e 35/99, este discutido pelos Vereadores Antônio Losada e Cyro
Martini, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 03/99, os Projetos de
Resolução nºs 57 e 56/99, este discutido pelo Vereador José Valdir. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz teceu críticas à atuação do Partido
dos Trabalhadores à frente do Executivo Municipal, notadamente no que se refere
ao trato de questões relativas à instalação de empreendimentos comerciais de
grande porte e à implementação do Pólo Industrial da Restinga. Na ocasião, o
Senhor Presidente destacou a importância de que não fossem feitos apartes
anti-regimentais. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezessete horas
e onze minutos às dezessete horas e doze minutos e das dezessete horas e
dezesseis minutos às dezessete horas e dezessete minutos, nos termos
regimentais. Após, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se a respeito da
localização e funcionamento das tribunas do Plenário Otávio Rocha, solicitando
a instalação de nova tribuna nesse Plenário, tendo o Vereador Juarez Pinheiro,
na presidência dos trabalhos, informado que a questão seria levada à apreciação
da Mesa Diretora. Também, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores
Luiz Braz, Renato Guimarães e Guilherme Barbosa, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos a respeito dos trabalhos da presente Sessão e sobre as normas
regimentais atinentes à utilização do período de Comunicação de Líder. Em
COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt manifestou-se contrariamente
às alterações promovidas na sistemática de embarque de idosos em veículos de
transporte coletivo da Cidade. Ainda, referiu-se a problemas de trânsito
verificados no cruzamento das Avenidas Protásio Alves e Cristiano Fischer.
Após, o Vereador Antônio Losada formulou Requerimento verbal, solicitando a
retirada de expressão constante no pronunciamento do Vereador Antonio
Hohlfeldt, Requerimento este que foi deferido pelo Senhor Presidente após a
anuência do Orador. Também, face manifestação do Vereador Renato Guimarães, o
Senhor Presidente prestou informações a respeito dos trabalhos da presente
Sessão. Ainda, face Questão de Ordem e manifestação do Vereador João Dib, o
Senhor Presidente informou não haver norma regimental que impeça os Senhores
Vereadores de portarem cuia e bomba de chimarrão durante a utilização do
microfone de apartes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão
analisou aspectos relativos à instalação de grandes empreendimentos comerciais
no Município, ressaltando a necessidade de que esses processos sejam
acompanhados pela Casa. Também, manifestou-se sobre a nova sistemática adotada
para o embarque de idosos em ônibus da Cidade. Na oportunidade, o Vereador João
Dib formulou Requerimento verbal, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando
fosse promovido estudo referente à possibilidade do consumo de chimarrão
durante as Sessões deste Legislativo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Guilherme Barbosa comentou dados atinentes à implementação de uma filial do
Supermercado Carrefour na Zona Norte da Cidade. Ainda, discorreu sobre
dificuldades enfrentadas pelos usuários de transporte coletivo, em função da
mudança na sistemática de embarque em ônibus da Cidade. O Vereador Carlos
Alberto Garcia reportou-se às eleições para escolha dos diretores de Escolas
Estaduais no Rio Grande do Sul, destacando seu caráter democrático e a
participação maciça da comunidade escolar nesse processo. Também, defendeu a
realização imediata de concurso público para o provimento de cargos no
Magistério Estadual. O Vereador Reginaldo Pujol teceu considerações sobre a
instalação de filial do Supermercado Carrefour na Avenida Assis Brasil,
declarando não ter restrições a projetos financiados por empresas estrangeiras
em Porto Alegre. Ainda, salientou a necessidade de manifestação desta Casa
quanto à realização de obras viárias na Cidade. Após, face manifestações dos
Vereadores Isaac Ainhorn e Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou informações a
respeito do funcionamento do Sistema Eletrônico de Votações. A seguir,
constatada a existência de “quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA e votado
Requerimento verbal de autoria do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando
alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, o qual
obteve quatorze votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação pelos
Vereadores Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Pedro Américo Leal e Cláudio Sebenelo,
tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Cláudio Sebenelo,
Cyro Martini, Décio Schauren, Elói Guimarães, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá,
João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz e Pedro
Américo Leal e tendo optado pela Abstenção o Vereador Antônio Losada, votação
esta que foi declarada nula pelo Senhor Presidente, face à inexistência de
“quorum” deliberativo. Na oportunidade, os Vereadores Isaac Ainhorn e Guilherme
Barbosa manifestaram-se sobre o teor desse Requerimento, e os trabalhos
estiveram suspensos das dezoito horas e um minuto às dezoito horas e três
minutos, nos termos regimentais. Às dezoito horas e vinte e oito minutos,
constatada a inexistência de "quorum" deliberativo, o Senhor
Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária da próxima sexta-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila, Juarez Pinheiro e Paulo Brum e
secretariados pelo Vereador Adeli Sell. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada,
será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Passamos
à
TRIBUNA POPULAR
A Sra. Marina Helena
Durganti e o Sr. Valtair do Amaral Madalena, representando o Sindicato dos
Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre - SINDICÂMARA -, usarão da
palavra pelo tempo regimental de dez minutos.
A Sra. Marina Helena
Durganti está com a palavra por cinco minutos.
A
SRA. MARINA HELENA DURGANTI: Srs.
Vereadores, Colegas Funcionários, Visitantes, o nosso boa-tarde, a nossa
saudação. O SINDICÂMARA saúda a todos os presentes - servidores e Vereadores do
Legislativo Municipal -, pois que, irmanados, temos, ao longo dos dez anos de
fundação do SINDICÂMARA, desenvolvido um trabalho digno em prol da comunidade
porto-alegrense, buscando, com a nossa ação cotidiana, de agentes políticos e
de servidores públicos, contribuir com a defesa do estado democrático de
direito e a efetivação das políticas públicas municipais.
Desde 1986 funcionava o
Conselho dos Representantes de Classe da Câmara Municipal de Porto Alegre
representando os interesses dos servidores do Legislativo e colaborando,
efetivamente, com a administração deste Poder, tendo, à sua frente, colegas de
exemplar liderança: Wenceslau Gonçalves, Zilá Cohen, Lauro Roberto da Silva,
Gessi Guimarães dos Santos, Renato Guimarães de Oliveira, Rosiméri Chaves,
Lurdes Toldo, Nara Jurkfitz, José Lino Mendes, Carmem Ambros e Francisco Mena.
Fazia-se necessária, no
entanto, a constituição de uma entidade sindical dos funcionários do Poder
Legislativo, e, aos 27 dias do mês de outubro do ano de 1989, uma sexta-feira à
tarde, no Plenário Aloísio Filho, mais de cinqüenta funcionários, entre
efetivos e detentores de Cargos em Comissão, reuniram-se e fundaram o
SINDICÂMARA, em assembléia presidida pelo Dr. Alceu Cóssio e secretariada pela
Sra. Jaira de Fátima Soares.
Estava fundado o Sindicato
dos Servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre.
A partir de 1991, já
regularizado, passou, o SINDICÂMARA, a ter forte atuação, tendo, à sua frente,
como seu 1º Presidente, o engenheiro Valtair do Amaral Madalena.
Na segunda gestão, foi
eleita a Sra. Rosa Cleonir Camejo Condessa, sendo substituída por Evaldo
Ferreira Filho e, após, pela oradora.
Citamos esses nomes para
fazer justiça a esses colegas que tão bem representaram o nosso Sindicato, e
aproveitamos a presença dos mesmos para certificá-los de que a carta sindical
requerida pelo colega em 1991, durante sua gestão, para nosso orgulho já se
encontra em nosso poder desde 1998, muito embora a Administração Popular ignore
a legitimidade e a representação do SINDICÂMARA.
Demonstração da coerência
da atuação deste Sindicato ao longo dos anos, através de seus diretores, é a
credibilidade que ele adquiriu e o credenciou a encaminhar tratativas junto aos
Vereadores nos diversos encaminhamentos de projetos de interesse das classes
funcionais e da própria administração do Legislativo Municipal.
Também é da nossa alçada
orientar e assessorar os servidores em seus direitos. Citamos o caso da ação
ordinária, em 1997, com a qual ingressaram os nossos inativos de nível
superior, contra o Prefeito, e que assegurou para eles o direito à percepção da
GIT retroativa, precatório que deverá constar no orçamento atual para o ano que
vem, para os nossos aposentados.
Além de atividades como a
participação em diversos eventos de real interesse da categoria dos
funcionários públicos, somamos esforços com a CUT em 96, 97 e 98 integrando a
Frente Gaúcha em Defesa do Serviço Público, em Brasília.
Em 1º de maio de 1999, juntamente
com a Central Autônoma de Trabalhadores e com a Federação dos Servidores
Públicos do Estado do Rio Grande do Sul, com a CUT e a Força Sindical por vez
primeira irmanados, participamos de um ato em prol dos trabalhadores do
CONESUL, em Santana do Livramento. E mais recentemente, por ocasião da
iniciativa do Presidente Nereu D’Ávila em contratar um profissional para
defender a Câmara Municipal de Porto Alegre, nos autos da Ação Direta de
Inconstitucionalidade, que tramita no STF em Brasília e que trata sobre a
política salarial dos funcionários, tanto do Executivo como do Legislativo, o
SINDICÂMARA buscou a parceria do SIMPA, a Associação dos Procuradores, a AIAMU,
a ACESPA e a ASTEC, que, em consenso, definiram o nome do Dr. Werner Becker
para defender a Câmara Municipal de Porto Alegre e a Lei nº 7428/94.
Hoje, o Dr. Werner Becker
comunicou-nos que conversou com o Ministro Marco Aurélio, ontem, pedindo
preferência no julgamento desse processo em Brasília.
E, para encerrar,
gostaríamos de noticiar a todos que, em dezembro de 1998, o SINDICÂMARA foi
vitorioso no mandado de segurança coletivo que trata da política salarial dos
servidores do Legislativo, e denunciar que, ao executarmos o acórdão relativo
ao mandado de segurança, o Sr. Prefeito Municipal, em uma atitude meramente
protelatória, encaminhou uma petição avulsa, requerendo efeito suspensivo desse
mandado de segurança, quando ele mesmo sabe que amargamos uma perda salarial em
mais de 190% pelo índice ICV-DIEESE, desde janeiro de 1989.
Parabéns a nós todos,
servidores do Legislativo, que construímos o SINDICÂMARA com muita luta e
garra, especialmente àqueles que compuseram todas as diretorias e aos que estão
presentes. Parabéns pelo dia de amanhã, que é o Dia do Servidor Público, e ao
Ver. Nereu D’Ávila, que aniversaria amanhã.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: Passamos
a palavra ao Valtair do Amaral Madalena.
O
SR. VALTAIR DO AMARAL MADALENA: Sr.
Presidente, Ver. Nereu D’Ávila, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; Sra.
Presidente do SINDICÂMARA Marina Durganti; Colegas Servidores e Visitantes
O que nos traz a esta
Tribuna Popular foi um convite da Diretoria do SINDICÂMARA, o qual agradecemos.
É com muita satisfação que
estamos aqui para falar no nosso SINDICÂMARA e na nossa situação como
servidores públicos.
Colegas, nós, servidores
da Câmara Municipal de Porto Alegre, fomos pioneiros na sindicalização de
servidores de Legislativos Municipais, sendo o primeiro Sindicato de classe no
País a ter uma carta sindical, como já foi referido pela Marina.
Para os colegas mais
novos, informamos que fomos um dos fundadores e 1º Presidente do SINDICÂMARA.
Com orgulho, vencemos a primeira eleição, que tinha duas chapas.
Iniciamos, já naquela
época, negociações salariais, melhorias no ambiente de trabalho, efeito
cascata, vale-refeição, restaurante e outras solicitações dos servidores, junto
à Mesa Diretora, onde sempre tivemos um bom diálogo. Colegas, o SINDICÂMARA,
hoje, é reconhecido em nível nacional. Cumprimentamos a atual direção pelo
trabalho.
O funcionário público, em
geral, está sendo, a cada dia, “achacado” em seus direitos. O governo, na ânsia
de colocar um culpado em seus desmandos, achou um “bode expiatório” perfeito,
pois a corda sempre rebenta no lado mais fraco. Somos tachados de responsáveis
pelo rombo da Previdência. Com isso, a cada dia, tira-se o direito à
aposentadoria, aumenta-se o tempo de serviço, diminui-se o provento do
aposentado, faz-se com que os aposentados e pensionistas passem a contribuir. E
observem, Sras. e Srs. Vereadores, pois V. Exas. também estão sentindo na pele
esse fato, já que desde o início do ano estão contribuindo para o INSS, junto
com os seus funcionários CCs. Não se espantem, Sras. e Srs. Vereadores, se
amanhã ou depois aparecer uma Emenda Constitucional reduzindo os seus mandatos
para três anos, valendo para a Legislatura atual, afinal, é tão fácil mudar as
regras do jogo, nós sabemos o que é isso. Para encerrar este raciocínio,
queremos apenas citar as palavras do ex-Ministro, do próprio Governo, Sr. Luiz
Carlos Mendonça de Barros, em entrevista à Zero Hora do último domingo: “O mais
sério seria o governo reconhecer que meteu o mão no dinheiro da Previdência”. E
depois, nós somos os culpados. É triste vermos, diariamente, na fila do
Montepio, colegas fazendo empréstimos de até R$ 20,00, e, depois, sair na
imprensa: “No serviço público só tem marajás.” Onde?
Senhoras e Senhores
Vereadores, fizemos essa reflexão para dizer que nós, enquanto servidores da
Câmara de Porto Alegre, não vamos deixar que o desânimo tome conta de nós,
vamos continuar o nosso trabalho e a nossa dedicação à sociedade
porto-alegrense, mesmo que estejamos remando contra a maré. É, portanto, com
orgulho que dizemos aos Senhores, com a permissão da representante do
SINDICÂMARA, que, no início deste mês, fomos eleito Presidente da Associação
dos Servidores de Câmaras Municipais do Rio Grande do Sul - ASCAM/RS, entidade
que congrega servidores de Câmaras de todo o Estado e que tem, como principais
objetivos: representar os servidores de Câmaras do Rio Grande do Sul; lutar
pela valorização do Poder Legislativo municipal; integrar-se nos movimentos que
defendam a filosofia do municipalismo; incentivar a sindicalização dos
servidores públicos do Estado, especialmente os dos órgãos Legislativos; buscar
a conscientização e o aperfeiçoamento da categoria através de promoções,
eventos, cursos, palestras, seminários e encontros que contribuam para este
fim.
Na semana passada,
realizamos, aqui na Casa, um curso de Processo e Técnica Orçamentária, onde trouxemos,
como palestrantes, técnicos do Tribunal de Contas do Estado e participaram
representantes de vinte e cinco Municípios e vinte e dois Vereadores. Queremos
aproveitar a oportunidade para agradecer, publicamente, ao Ver. Nereu D’Ávila
pelo apoio que tem dado à ASCAM/RS na realização dos nossos eventos.
Portanto, Srs. Vereadores
e colegas servidores, é numa parceria como esta, aprimorando conhecimentos,
unindo forças e mobilizados, que nós ainda chegaremos ao novo milênio como
servidores públicos e não como sofredores públicos. Engajem-se no SINDICÂMARA e
na ASCAM/RS. Ao finalizar, agradecemos a todos pela atenção e desejamos sucesso
à Direção do SINDICÂMARA. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Lauro Hagemann está com a palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente; prezada companheira
Marina, Presidente do SINDICÂMARA; prezado companheiro Presidente da ASCAM.
Como sindicalista, quero cumprimentar o Sindicato dos Servidores da Câmara,
porque tenho tido contato com a Direção da categoria aqui nesta Casa, e tenho
presenciado o trabalho que o Sindicato vem desempenhando em favor não só dos
direitos dos servidores da Câmara, mas, sobretudo, numa amplitude maior, de
preservar espaços para a atuação da sociedade aqui, nesta Casa, em nome de quem
também o Sindicato deve e atua. Isso é uma parte essencial da existência do
Sindicato, não é só a defesa corporativista dos servidores da Câmara, mas é
também uma presença estimulante para toda a sociedade que vem aqui procurar
abrigo e respostas às suas indagações. Nem sempre o Sindicato e a ASCAM têm
tido a resposta que pedem à Casa como um todo, mas na medida do possível eu
acho que essas relações devem melhorar, e graças a atuação do SINDICÂMARA e da
ASCAM, esses propósitos devem continuar sendo perseguidos, e a Direção da Casa,
os Vereadores mesmos têm que tomar conhecimento de que essas duas entidades têm
um papel muito importante a desempenhar no fortalecimento da instituição parlamentar
que nós integramos. É nessa direção que eu felicito o SINDICÂMARA pelos seus 10
anos, e auguro que as relações possam se tornar cada vez mais efetivas em busca
do bem-estar comum de nós, Vereadores, dos funcionários da Casa e,
principalmente, em conseqüência disso, da sociedade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Senhor
Presidente e Senhores Vereadores, quero saudar os representantes do SINDICÂMARA
e da ASCAM, nomeadamente a Sra. Marina Helena Durganti, face ao 10º aniversário
do Sindicato que se festeja hoje, com a alegria do bolo, inclusive, esperando
que os servidores públicos só tenham esse bolo para festejar e não sejam,
obviamente, envolvidos em outros bolos
que têm sido tão pródigos nesta Nação que, nessa virada de milênio, quer
corrigir erros acumulados no passado em cima de uma realidade presente.
Quer-nos parecer que é muito mais importante corrigir-se os erros de hoje e com
a experiência de quem corrige os erros de hoje, corrigir os erros do passado.
Eu não quero, neste
momento, fazer outra ilação, senão estender o cumprimento do Partido da Frente
Liberal ao Sindicato, à ASCAM, enfim, à categoria aqui representada, almejando
que os festejos que ocorrem aqui hoje possam ser motivo de alegria para toda a
categoria e para que o Sindicato, ao longo do tempo, possa, cada vez mais,
afirmar a sua posição de liderança, de representação efetiva, comprometida com
o seu objetivo maior que é, indiscutivelmente, a busca da satisfação dos
reclamos justos da categoria, preteridos, em grande parte, motivo pelo qual
essa luta se reacende e se cristaliza no cotidiano.
À Sra. Presidenta e ao
Dirigente da ASCAM, os nossos cumprimentos e a homenagem do Partido da Frente
Liberal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Dib está com a palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, cara Presidenta Marina Durganti, ex-Presidente
Valtair Madalena, a minha Bancada saúda o SINDICÂMARA, quando completa os três
mil seiscentos e cinqüenta e dois dias de vida competente, séria, responsável e
solidária, fazendo com que a classe dos servidores da Câmara Municipal possam,
permanentemente, se orgulhar do seu Sindicato, que é combativo, estando sempre
pronto a atender aos anseios de sua coletividade, buscando a solução para os
problemas.
Amanhã é o Dia do Servidor
Público. Na realidade, o servidor público tem sido rejeitado pela sociedade e
por aqueles que têm responsabilidade com a política nacional, estadual e
municipal. A imprensa, às vezes, leva-nos a crer que o servidor público é uma
pessoa que recebe o seu alto salário, entre aspas, sem nada fazer, mas eu, que
sou um servidor público por vocação, formação e convicção e me orgulho por
isso, orgulho-me, também, por ter como colegas essas pessoas que, diariamente,
na Câmara, não têm horário para atendimento. Eu não ouvi nenhum servidor da
Câmara reclamar que tem de ficar aqui até as 7h30min, 8h ou 9h, como ocorre
conosco muitas vezes, sem receber horas-extras, atendendo as pessoas de uma
forma extraordinária.
Os nossos cumprimentos ao
SINDICÂMARA, que completa seus dez anos, com a certeza de que continuarão servindo
muito bem e com o desejo de que toda administração respeite, como deve ser
respeitado, este Sindicato, que é, realmente, sério e competente. Saúde e paz.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos
registrar, com satisfação, as presenças do Presidente do Montepio dos
Funcionários, Sr. Luís Carlos Mendelsky; Presidente do SIMPA, Sr. César Pureza;
Presidente da ASTEC e Vice-Presidente da AFM, Sr. João Paulo Machado. Estão
aqui para prestigiar os dez anos do SINDICÂMARA.
A Vera. Clênia Maranhão
esta com a palavra, pelo tempo regimental do art. 206.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Neste momento de homenagem e de resgate da atuação do SINDICÂMARA e
da ASCAM, queria, em nome da nossa Bancada, em meu nome, saudar a presença de
todos vocês aqui e a iniciativa em compartilhar conosco este momento. Acredito
que uma entidade que faz dez anos, com a trajetória que vocês têm construído,
evidentemente, tem que se orgulhar dessa história. Porém, penso que vivemos,
hoje, um momento extremamente difícil no que se refere à preservação dos
direitos, das garantias, da lutas de todos os funcionários públicos. Penso que,
exatamente neste momento de mudanças, de mudanças tão rápidas na sociedade,
talvez sejam os momentos em que se colocam, para as entidades sindicais, os
maiores desafios, que são os desafios inerentes à sua categoria e o desafio de
articulação e de modernização para acompanhar as mudanças que a sociedade
impõe.
Queria, neste momento de
comemoração dos dez anos do nosso SINDICÂMARA, externar os nossos parabéns e
desejar para vocês a unidade, a coragem e combatividade necessárias para
enfrentar os desafios desta sociedade. Muito obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Guilherme Barbosa está com a palavra, de acordo com o art. 206 do Regimento.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Senhor Presidente, Srs. Vereadores, Marina, Valtair, demais componentes das
entidades, Ver. Lauro Hagemann, como ex-sindicalista que sou, sei da dura vida
de quem participa de uma entidade sindical. Embora, historicamente, dez anos
seja pouco, para uma entidade com essa característica já é uma data
significativa. Quero dizer que, apesar de termos visões, às vezes, diferentes
em relação à questão salarial e funcional do nosso Município e de nossa Câmara,
nós somos, tanto eu quanto a nossa Bancada, defensores do trabalho da entidade
sindical, da sua luta. Jamais teremos uma palavra contra; ao contrário:
defendemos essa luta.
Quero também aproveitar,
já que estamos às vésperas do Dia do Funcionário, para cumprimentar todos.
Também sou um servidor público no âmbito do Estado, e carregamos uma imagem,
como se todos os males do País fossem causados pelos funcionários públicos.
Sabemos que é bem ao contrário. Assim como todo agrupamento humano tem
problemas localizados, a grande maioria dos funcionários e servidores públicos
são trabalhadores e cumprem com sua obrigação. É uma imagem que não tem nada a
ver, de fato, com aquilo que ocorre. Os males dos executivos, das empresas não
estão, nem nunca estiveram, nos funcionários públicos. Embora não se tenha
muita coisa a festejar, temos que marcar o Dia do Funcionário Público, porque
ele é um trabalhador que, na sua quase totalidade, é esforçado e competente.
Fica o cumprimento pelos
dez anos do SINDICÂMARA e pelo vinte e oito de outubro, que é o Dia do
Funcionário. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, há um problema que quero, como sempre, resolver democraticamente.
Nós sabemos que o Regimento foi alterado. As Comunicações, num determinado dia,
têm inscrições na hora. Todos sabemos que não deu certo, mas até voltarmos a
mudar o Regimento, há tramitações demoradas. Hoje, por iniciativa deste
Vereador, nós vamos, em seguida, depois da homenagem aos dez anos do
SINDICÂMARA, homenagear os dez anos da Associação da Nova Azenha, cujos membros
já estão presentes nos honrando nesta tarde.
Quero fazer um apelo aos
Vereadores que vão falar, como este Vereador falará em homenagem à Nova Azenha,
para permitirem que eles se inscrevam primeiro, porque os que não vão falar
sobre o assunto poderão se inscrever e falar depois, tranqüilamente. Faço esse
apelo, porque, infelizmente, o Regimento foi mudado e, nesse teor, para pior,
porque tem gerado confusões; mas sempre temos nos entendido através do diálogo
e, nesse sentido, peço a compreensão de todos.
O Ver. Luiz Braz está com
a palavra pelo PTB, pelo art. 206 do Regimento.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, quero cumprimentar a Sra. Marina e o Sr. Valtair.
Principalmente, quero cumprimentar a Sra. Marina por sua atuação frente a esse
Sindicato, pelo seu arrojo, pela coragem, por nunca desistir de buscar os
direitos que pertencem aos funcionários públicos. Eu tenho assistido à sua luta
e, por isso, sou um fã daquilo que a senhora tem feito para que os funcionários
públicos não sejam prejudicados.
Sei que as ações da
Prefeitura Municipal, nos últimos tempos, têm causado muitos prejuízos para os funcionários
públicos. Não sei se, mesmo com a sua atuação, com sua força, esses prejuízos
causados aos funcionários poderão ainda ser resgatados, porque estou vendo o
tempo passar e esses prejuízos serem acumulados e, infelizmente, aqui no
Município de Porto Alegre quem está pagando toda essa conta são os funcionários
públicos. Nós temos um quadro de funcionários aqui na Câmara que merece ter uma
dirigente sindical como a senhora, uma dirigente muito aguerrida na defesa de
seus direitos, porque são funcionários decentes, honestos, trabalhadores. Eu
tive a honra, nas duas vezes em que presidi esta Casa, de compartilhar com eles
dos seus trabalhos, conhecimentos e experiências.
Assim, nesses dez anos do
Sindicato, eu só posso cumprimentar por toda essa luta. Cumprimentar a ASCAM, o
Valtair pela atualização constante que busca fazer para que os funcionários
possam estar sempre atentos e sempre em condições de fazer com que o melhor
trabalho possível seja desenvolvido na Câmara Municipal. Vocês, realmente, orgulham
muito os funcionários públicos municipais, orgulham muito a Câmara. Cumprimento
todos aqueles que fazem parte do Sindicato. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra, pelo PSDB, de acordo com o art. 206 do
Regimento.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Dra. Marina Durganti, tenho tido um convívio
muito agradável e muito útil não só com o Sindicato, mas com todos os
funcionários da Casa. O PSDB vê com simpatia os movimentos sindicais dos
funcionários e, se qualquer um dos Vereadores desta Casa for perguntado, o
comentário é lisonjeiro aos funcionários da Casa, principalmente comparando com
outras experiências de relações com funcionários. O alto nível de exigência da Casa,
o alto nível de preparo dos funcionários, mas principalmente a dedicação. Ainda
ontem eu testemunhava o trabalho de funcionários de Comissões nesta Casa, que
estavam trabalhando até a madrugada para entregarem, o mais rápido possível, a
Redação Final do Plano Diretor. Esse meu depoimento é de extrema importância,
principalmente no momento em que o servidor público se torna um bode expiatório
das piores circunstâncias que ocorrem na Cidade, no Estado e no País. Sou
visceral e formalmente contra qualquer tipo de desconto, e o sistema
previdenciário brasileiro tem de assegurar todas as conquistas dos servidores.
Estou junto com o SINDICÂMARA, independente de quem é Governo e de quem não é,
independente de partido ou de qualquer coisa, tenho o imenso prazer em dizer
que sou o mais humilde dos colegas de vocês. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Registramos
a presença do Dr. Marco Aurélio Calói, representante da AIAMU.
O Ver. Isaac Ainhorn está
com a palavra, pelo PDT, conforme art. 206 do Regimento.
O
SR. ISAAC AINHORN:
(Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Neste momento, sinto-me
muito à vontade em expressar nosso reconhecimento ao trabalho desta Instituição
que completa 10 anos de existência.
O nosso Partido, por diversas
vezes, no curso desses anos, ocupou a Presidência desta Casa e, orgulhosamente,
podemos dizer, seja hoje o Presidente desta Casa, o Ver. Nereu D’Ávila, seja
este Vereador, que há três anos ocupou a Presidência desta Casa, para nós,
sempre tivemos muito presente a importância do papel dos funcionários desta
Casa no aprimoramento e no aperfeiçoamento do Legislativo Municipal. Se esta
Casa é o que hoje é, foi graças ao conjunto dos seus funcionários, que hoje
comemora, através do seu Sindicato, os 10 anos de existência. É um Sindicato
relativamente jovem, é um Sindicato moço, mas de muita expressão.
O SINDICÂMARA foi
responsável por inúmeras reivindicações e por uma coerência de lutas. Sabendo,
perfeitamente, com muita clareza separar o jogo político-partidário da
representação sindical dos seus trabalhadores. Em nenhum momento, o
SINDICÂMARA, que trabalha numa Casa de partidos políticos se fez e se
representou a qualquer atrelamento a partido político, independentemente das
convicções individuais de cada um dos seus integrantes e da sua Diretoria, que,
com muita clareza, soube representar os interesses dos funcionários com a visão
de que os sindicatos são fortes, na medida em que eles não são correias de
transmissão dos partidos políticos.
Nós saudamos, por isso, o
SINDICÂMARA pela passagem dos seus 10 anos e, por conseqüência, o nosso abraço
também ao conjunto dos funcionários e integrantes deste Sindicato. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em nome
da Mesa Diretora da Casa e em meu nome, saúdo as atividades deste Sindicato. A
Dra. Marina é minha amiga particular e tem até sido dura com este Presidente na
defesa dos interesses do Sindicato. Em momento algum, nós misturamos a sua
condição de Presidenta do Sindicato com a condição de amiga do Presidente, são
duas questões absolutamente distintas. Eu tenho autoridade para saudar o
Sindicato na sua luta, na sua legitimidade, inclusive aos demais membros da
Diretoria, que têm testemunhado que o Sindicato é para defender os interesses
da sua classe.
Ficamos felizes com esta
manifestação na Tribuna Popular nesta tarde.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 14h45min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 15h02min): Passamos
às
COMUNICAÇÕES
Srs. Vereadores, o
períodos das Comunicações de hoje está destinado a assinalar o transcurso do
10º aniversário da Associação Nova Azenha, nos termos do Requerimento nº
212/99, de autoria do Ver. Nereu D’Ávila.
Convidamos, para compor a
Mesa, o Sr. Nilton Lerrer, Presidente da Associação Nova Azenha; o Sr. Ignácio
Miguel Gassen, representante da FEDERASUL; o Sr. Waldir Bronzatto, Presidente
da Junta Comercial do Rio Grande do Sul e ex-Presidente da Associação Nova
Azenha; o Tenente-Coronel Carlos Alberto Moreira dos Santos, representante do
Comando Geral da Brigada Militar.
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): O
Ver. Nereu D’Ávila está com a palavra como proponente.
O
SR. NEREU D’ÁVILA: Sr.
Presidente, em exercício, Ver. Juarez Pinheiro, Ilustríssimas Autoridades, já
nominadas por nós e que abrilhantam a nossa Mesa Diretora conosco convivendo
por alguns instantes nesta Casa do Povo da Cidade de Porto Alegre; Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, demais acompanhantes, inclusive da Diretoria ou
Associados da Associação Nova Azenha, Representantes do Jornal que circula
também no nosso Bairro; demais cidadãos e cidadãs, da Cidade de Porto Alegre.
Foi com muita satisfação que requeremos que a Câmara homenageasse esses dez
anos que exatamente completam-se hoje. Foi no dia 27 de outubro de 1989 que um
grupo de empresários, em face da necessidade de ter o Bairro Azenha uma
representação para debater e levar a termo as necessidades para o seu
desenvolvimento e bem de empresários e moradores, fundou essa que hoje é
reconhecidamente uma das entidades mais representativas dos bairros de Porto
Alegre. Ainda hoje de manhã, Sr. Presidente Nilton Lerrer, Senhor Waldir
Bronzatto, hoje é da Junta Comercial, mas também ex-Presidente da Nova Azenha,
num programa da TV 2, estava presente também o Senhor da EPTC, - com quem nunca
tinha, pessoalmente, conversado, embora conhecesse já de nome -, e ele referia
que era muito boa e fazia muito bem a relação do Poder Público com a “Nova
Zenha”, pela maneira com que a “Nova Zenha” colabora, trabalha e procura
ajudar, dando tudo de si para a resolução de muitos problemas, alguns de
competência, inclusive, do Poder Público.
Então, até fiquei surpreso
ao verificar que ele tinha conhecimento de que, hoje, ia ser feita esta
homenagem. Eu registro, porque sendo uma pessoa que tem um trato bem acentuado
com o Poder Público, e justo a EPTC, fez elogiosas referências à Associação
Nova Azenha e, evidentemente, a todos os seus componentes.
Nós, já por diversas
vezes, como morador, participamos de atividades, promoções, iniciativas no
Bairro. Não custa referir algumas, que considero da mais alta importância,
dentre as atividades da “Nova Azenha”, em relação a sua comunidade: a
restauração e ampliação da iluminação da Praça Princesa Isabel, situada na
Avenida Carlos Barbosa, isso, ainda, no ano de 1989; a criação de um Projeto -
um shopping a céu aberto - que foi lançado em 1995 e ainda não foi dado como
viável pela Prefeitura, mas que é um projeto de grande e largo alcance, e que
dará um novo visual urbanístico e comercial ao Bairro; a linha do T 5, que foi
pleiteada e conseguida a partir de 1994; a parceria com o DMLU, para limpeza do
Bairro, pintura do meio-fio e postes e, principalmente, a grande festa de fim
de ano, cujos enfeites da árvore de natal são confeccionados com produtos recicláveis.
Esta decoração já é famosa na Cidade e por ocasião da festa, uma rua é fechada
para que se realize essa comemoração de grande êxito, da qual nós também já
participamos diversas vezes; a premiação ao gari do ano, com medalhas e
cestas-básicas, com o sentido não de assistência, mas de estímulo à limpeza. É
uma iniciativa de grande alcance.
Uma das lutas que nós
participamos, a Câmara e diversas Comissões, em anos diferenciados, foi para a
abertura da Av. Florianópolis, cujo binário é importantíssimo e, no meu
entendimento, ainda não está sendo usado pela Prefeitura com todo o vigor que
deveria este binário ser usado. A retirada das pessoas que ali estavam foi
demorada, penosa, mas não foi violenta - até mesmo porque eles estavam muito
avançados no meio da rua, ou seja, ilegalmente colocados. Sou testemunha: não
houve, jamais, nenhum ato de violência, nem para que eles saíssem e nem na sua
retirada. Portanto, é de registrar essa abertura da Av. Florianópolis.
Outra participação foi na
campanha do cimento para a construção do Ginásio Tesourinha em 1990: uma
campanha importantíssima, na época do Governo Alceu Collares, que não foi só
com a iniciativa do Poder Público, mas também com a colaboração da iniciativa
privada, inclusive, da ANA, para a consecução do que, hoje, é um orgulho de
Porto Alegre, o Ginásio Tesourinha; doações de materiais para a Brigada
Militar, como bicicletas, binóculos, rádiocomunicação, guarda-sóis, peças para
suas viaturas e, inclusive, um telefone celular para agilizar o contato dos
policiais quando chamados para situações de emergência do Bairro. O Bairro não
espera, como muitas pessoas pensam, para que o Poder Público dê tudo a tempo e
a hora, e se não dá ou se não concede, as pessoas ficam pensando que não podem
ter uma iniciativa de colaboração com o Poder Público, como faz muito bem a
Associação Nova Azenha.
O jornal ANA, desde 1996,
distribui, gratuitamente, cinco mil exemplares a empresários, prestadores de
serviço e moradores do Bairro. Seus diretores estão, aqui, presentes, e nós
também os homenageamos.
Uma outra, a última,
citação que vou fazer, entre as tantas que poderia enumerar - mas o tempo se
esgota -, é a manifestação da Sociedade Protetora dos Animais contra os maus
tratos, praticados por carroceiros, na Rua Prof. Freitas de Castro. Isso é algo
que me emociona muito. Tenho, às vezes, parado o carro na rua porque não posso
concordar com os maus tratos aos animais por parte de certos elementos que
estão vendo que o animal está magro, depauperado e colocam-lhe, por cima, peso
muito maior do que a sua resistência pode agüentar. Parece coisa simples, mas
não é, porque para quem quer defender direitos, tem quer ser todos os direitos;
e quem quer ser contra a violência, tem que ser contra todas as violências,
inclusive aos animais.
Sr. Presidente, agradeço a
tolerância de V. Exa. por permitir que eu ultrapassasse um pouco o tempo que me
foi destinado. Ocorre que quisemos expressar todo o trabalho que a Associação
Nova Azenha realizou nesses dez anos de profícua labuta em prol da sua
comunidade.
Que continue assim, Dr.
Nilton Lerrer, o trabalho, e que leve a todos os demais componentes da
Associação Nova Azenha as felicitações da Câmara, como instituição e parceira,
para defender sempre os interesses das suas comunidades. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila):
O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Comunicações.
O
SR. LUIZ BRAZ: (Saúda os
componentes da Mesa e demais presentes.) Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós
não poderíamos deixar de saudar esta Associação que está completando dez anos,
pela importância que tem e por ter sido uma das primeiras a se organizar em
defesa das causas do comércio naquela região. E também por todas as suas ações
em prol daquela comunidade e por tudo ainda que tem que ser conquistado.
Nós mesmos, aqui nesta
Câmara Municipal, vimos esta Associação participar de muitas lutas. Uma delas,
inclusive, liderada pelo Sr. Waldir Bronzato, naquela oportunidade Presidente
desta Associação, que se prendeu a uma das causas principais do empobrecimento
da Azenha, que é o surgimento dos megaempreendimentos, que são, ainda,
responsáveis pelo empobrecimento de outras regiões. Ontem ainda víamos que era
festejado, por uma comunidade lá na Zona Norte, o fato de o Carrefour, depois
de um longo tempo de debate com a Administração Municipal, poder, agora,
estabelecer-se. Enquanto lia essa notícia, eu pensava nos comerciantes da
Azenha, porque aqueles que são similares aos da Azenha e que estão situados
naquela região próxima à do Carrefour, vão sofrer, “na carne”, a instalação
daquele megaempreendimento.
Infelizmente, a
Administração Pública Municipal não permitiu estabelecermos um dispositivo,
aqui nesta Casa, dentro do Plano Diretor, que regulamentasse a instalação
desses megaempreendimentos com o objetivo de evitar que prejuízos maiores
fossem causados para pequenos empresários ou para médios, como é o caso dos
comerciantes da Azenha. Infelizmente, isso continua acontecendo, e vai
continuar acontecendo.
De uns tempos para cá, os comerciantes
da Azenha vêm lutando bravamente, por meio de sua Associação, para que todas as
empresas ali instaladas se mantenham vivas.
Eu ouvia o Presidente
desta Casa, Ver. Nereu D’Ávila, que vinha a esta tribuna e falava de uma das
lutas empreendidas pelos senhores: o protesto contra maus tratos a animais. Eu,
que passo sempre ali pela Azenha, porque moro na Glória, vejo, permanentemente,
animais soltos na via pública, atrapalhando o tráfego, atrapalhando o trânsito,
sem nenhuma interferência - pelo menos não se notam interferências maiores - do
poder público.
Nós mesmos aprovamos, aqui
nesta Casa, uma legislação para cadastrar os carroceiros desta Cidade, para que
eles ficassem conhecidos da Administração e pudessem ser punidos por suas
infrações. Ora, essa legislação mereceu do Sr. Prefeito Municipal,
primeiramente, um veto; nós aqui da Câmara Municipal, derrubamos o veto; o
Projeto transformou-se em lei. O Sr. Prefeito Municipal não satisfeito, ao
invés de estabelecer mecanismos para que a lei pudesse ser cumprida, resolveu
simplesmente argüir a inconstitucionalidade dessa legislação. Acredito que o
Sr. Prefeito Municipal não vê mal maior nos maus tratos que são ministrados aos
animais, nem no tráfego indiscriminado de carroças por aquela região, principalmente
na Azenha, que fica, em momentos de pico, completamente trancada, exatamente
por causa do vagar com que vão as carroças.
Mas, vocês todos da Azenha
são gigantes nas lutas que empreendem em prol da melhoria daquela região. São
realmente gigantes e merecem, por isso mesmo, os aplausos destas Câmara
Municipal, de todos nós que somos representantes da sociedade, porque a estas
lutas devemo-nos incorporar, pois alguma saída deve ser encontrada para
problemas como os enfrentados pelos senhores, como estes que enfrentam com
relação ao perigo de se colocar, sempre, nas proximidades, os
megaempreendimentos, o que lhes rouba, simplesmente, o direito de continuar
existindo.
Parabéns pelos dez anos de
luta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra, o Ver. João Carlos Nedel pelo PPB, em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda
os componentes da Mesa.) Padre Norberto, que nos honra com sua visita; Senhoras
e Senhores. Esta data é muito importante para a Câmara, e também para o PPB,
cuja Bancada componho, juntamente com o Ver. João Dib e Pedro Américo Leal,
justamente porque, ao Partido Progressista Brasileiro, interessa o progresso.
E, entidades que lutam pelo progresso da sua associação, pelo seu
desenvolvimento e que transbordam essa iniciativa, essa luta pelo
desenvolvimento e o progresso da sua comunidade, para nós são muito importantes
e merecem os nossos elogios, que nesta data apresentamos pelo 10º aniversário
de fundação.
Lembro-me, Waldir
Bronzatto, da sua luta junto com o Valdemar, que foi o primeiro presidente
nessa luta inicial, há dez anos. E, hoje, podemos apresentar muitos frutos
daquela semente lançada naquela época. E que bom para Porto Alegre que esses
frutos estão deliciando a nossa Cidade. Esses frutos, o nosso Presidente e
proponente desta homenagem Nereu D’Ávila, já os relacionou, em grande parte.
Mas gostaria de salientar outros que, no meu entendimento, também são
importantes, mas que o Vereador só não citou , porque iria falar, aqui, no
mínimo, meia hora.
Eu gostaria de lembrar
dessa idéia, desse projeto da Azenha, um shopping a céu aberto e aproveitar a
oportunidade para cobrar do Poder Executivo maior força para esse projeto. Não
adianta dizer que depende da aprovação do Orçamento Participativo, porque, se
houver interesse, se houver vontade política, esse sonho se tornará realidade.
Eu vim agora de Salvador,
onde foi instalado um shopping junto ao mar. Uma idéia importante, um shopping
de lazer. Mas também essa idéia, não é só para lazer, mas para compras e também
para lazer, já foi lançada há um tempo. E, ainda, lamentavelmente não se tornou
realidade.
Uma outra participação
muito importante foi a colaboração da Associação lá da Azenha para a
implementação da Linha 2 do TRENSURB, que está em andamento, já com o projeto
final concluído, faltando a licitação.
Então, o trabalho da
Associação junto ao TRENSURB se estendeu e fez com que a linha iniciasse na
Azenha, concluindo no Sarandi. É um trabalho muito importante. E vimos tantos
outros trabalhos já executados e tantas metas ainda pelo caminho.
Peço ao nosso Presidente
que utilize mais a Câmara, cobre mais dos Srs. Vereadores o atendimento ao
Bairro Azenha e às empresas que lá estão, que geram empregos e impostos, num
momento tão importante para a nossa sociedade.
Gostaria de cobrar agora
da Associação Nova Azenha, e que não vi relacionado aqui, neste momento de
desemprego, um programa forte de treinamento, qualificação e capacitação dos
funcionários, de todos os associados, tendo a certeza de que já existe, mas que
não foi explicitado para a sociedade. Mas, num momento de dificuldade e que o
emprego é a maior das preocupações do porto-alegrense, isso é muito importante.
Portanto, em nome do Partido Progressista Brasileiro, representado pelo Vereadores
João Dib, Pedro Américo Leal e por este Vereador, aceite os cumprimentos e os
parabéns. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Adeli Sell está com a palavra, em Comunicações.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.)
Dez anos são, sem dúvida, poucos anos, mas cheios de vigor, trabalho, dedicação
e de uma demonstração do quanto é importante o trabalho comunitário.
Esta Cidade, porque por lá
começou boa parte da construção desta Porto Alegre sorriso, desta Porto Alegre
que entrará, sem dúvida alguma, na próxima década como uma Cidade conhecida no
mundo inteiro por ter qualidade de vida, uma Cidade cultural, turística. A Nova
Azenha tem muito a contribuir, Ver. Nereu D’Ávila. Parabéns por sua proposição,
por esta homenagem, porque precisamos resguardar uma Cidade que tem um misto de
metrópole e um misto de província. E a província que pode parecer antiga, mas
se não soubermos preservar os valores da província, jamais chegaremos aos bons
valores da modernidade, porque a modernidade, muitas vezes, traz valores
nefastos que acabam por contaminar os valores e a tradição que estamos trazendo
do passado. Por isso, precisamos discutir aqui, sim, o desenvolvimento da nossa
Cidade e, para mim, a Azenha é um exemplo, porque queremos uma Cidade
compartilhada. Se não fosse o esforço dos senhores e senhoras comerciantes, dos
moradores, da Associação Nova Azenha, onde estariam as marmorearias? Onde
estariam as lojas de peças de automóveis? Onde estariam aquelas lojas
diversificadas da Azenha? Onde estariam?
Sou daqueles que não
apenas no discurso, mas na prática, no enfrentamento, questionei com alguns
Vereadores daqui e continuo questionando os megaempreendimentos. E não apenas
num discurso de dia de festa, mas na militância cotidiana, inclusive
enfrentando o debate político com companheiros, com militantes comunitários que
se iludem com os megaempreendimentos, que se esquecem que cada
megaempreendimento acaba com quatro empregos dos pequenos, das lojas de boca de
rua. Essa é a questão, essa é a concepção de cidade. Não festejo, jamais
festejarei qualquer megaempreendimento numa cidade, porque lá, nos seus países
de origem, eles são controlados. A Argentina acordou tarde, e pode ter
pesadelo, porque pode perder o trem da história. Não vamos perder o trem da
história, porque vamos conservar a Azenha, vamos conservar o Centro da Cidade,
porque queremos uma ponte da periferia, passando pela Azenha, pela preservação
do nosso riacho Dilúvio.
Os Senhores e as Senhoras
muito contribuíram pela Cidade. Já foi dito aqui, mas talvez nós precisemos
repetir: não podemos esquecer o nosso Arroio Dilúvio, que separa a Azenha da
Cidade Baixa, do Centro da Cidade. Muito ainda terá que ser feito, mas apenas
pela conjunção do Poder Público nas suas várias instâncias, do trabalho
permanente desta Câmara, e pela ação das comunidades, do trabalho comunitário,
da cobrança que, sem dúvida nenhuma, deve ser feita a todas as instâncias de
Governo.
Nós, sim, precisamos nos
debruçar, enquanto Poder Público, enquanto Vereadores, enquanto pessoas que
pensam a Cidade, sobre o exemplo da Azenha, porque não queremos que ela seja
tomada pela volúpia da Assis Brasil. Queremos que o trem comece ou chegue na Azenha,
mas não apenas no papel: na realidade. Nós fizemos debates nesta Casa e vamos
continuar cobrando, porque nós temos dúvidas. Não que nós não queiramos; pelo
contrário: o trem é uma modernidade, ele pode ligar uma ponta a outra, mas ele
não pode ficar na propaganda; queremos mais: nós queremos que a nossa Cidade
pense o amanhã com coisas que talvez poucos pensam hoje. Por exemplo, para
desenvolver um bairro como esse, onde estaria o desenvolvimento se já
tivéssemos estacionamentos subterrâneos? Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra, em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, (Saúda os componentes da Mesa.) Senhores e
Senhoras da Nova Azenha, eu dividiria o meu pronunciamento em duas partes; num
primeiro momento, para prestar homenagem póstuma a um grande amigo, grande
figura, que foi ex-presidente da Associação, e que muito me ajudou, o Prof.
Silvio Rostirola. Através dele, eu estive, em diferentes oportunidades, lá na
Associação, não somente em cerimônias de posse, mas, também, em algumas
reuniões de trabalho da Associação. Nesta data em que a Associação da Azenha
comemora o 10º ano de aniversário, manifesto o meu sentimento de saudades desse
amigo que nos deixou tão cedo, um homem que, quando faleceu, não havia atingido
50 anos de idade. Ele foi professor de Comunicação Social da PUC, e também
atuou comigo em diversas áreas, quando trabalhávamos na Administração do
Município de Porto Alegre. Fica aqui a minha homenagem, as minhas saudades e a
nossa lembrança aos seus familiares.
Prestamos uma homenagem
pela passagem do 10º Aniversário da Associação Nova Azenha, porque essas
comemorações são importantes para que façamos algumas reflexões, e uma delas
começa lá na Associação Nova Azenha, em um debate que tive, e também um debate
muito importante feito aqui nesta Casa, no qual o Waldir Bronzatto, que é uma
liderança, participou, mas me parece que os ecos dessa manifestação não foram
muito longe, que é aquela visão colocada pela Associação Nova Azenha a respeito
do comércio a céu aberto, do comércio horizontal, que, a nosso juízo, deveria
ser uma barreira contra todo esse processo neoliberal, porque esses
megainvestimentos nada mais são do que a realização prática, objetiva e
concreta desse Projeto que se chama neoliberal, que é a concentração de poder e
econômica, gerando “n” conseqüências, inclusive para a arrecadação municipal.
Esse dado foi trazido aqui com riqueza de informações, quando esteve aqui o
Presidente da Junta, ex-Presidente da Associação Nova Azenha, o Sr. Waldir
Bronzatto. Que é esse processo concentrador e altamente nocivo aos interesses
plurais da sociedade, aos interesses coletivos da sociedade, aos interesses
distributivos da sociedade? Os megainvestimentos, porque eles passam por uma
profunda concentração, por profunda racionalização, onde arredam a mão-de-obra.
A primeira conseqüência que esse capitalismo concentrador representa é afastar
a mão-de-obra. E aí vem o conjunto de conseqüências: menos arrecadação, porque
há uma ocupação intensiva, quando deveria ser extensiva, com conseqüências as
mais diversas, inclusive na segurança dos próprios bairros, porque, de certa
forma, o comércio a céu aberto, na sua horizontalidade, exerce um papel na segurança,
até porque a movimentação funcional dos estabelecimentos condiz com a
segurança, até pela claridade, pela luz, pelo processo de interação que se dá
entre aquele que está atrás do balcão e o que ali chega. Há toda uma
participação.
O comércio de céu aberto
propõe um modelo participativo imenso, onde interagem os mais diferentes
setores. E o que se dá na concentração? Aquilo que afirmamos e que, Bronzatto,
concluímos naqueles encontros lá na Nova Azenha - foi realmente uma fonte de
laboratório para idéias -, que a concentração, pelo seu processo profundo de
racionalização é antipatriótica, é antissocial. Isso pode ser até econômico,
mas sabemos que não distribui o que o projeto neoliberal está fazendo com o
Terceiro Mundo, com os países subdesenvolvidos. Ele passa por ali e não
distribui; ele só concentra; só retira e não distribui. E o megainvestimento é
o longa manus desse processo.
Fica a nossa homenagem ao
décimo aniversário da Nova Azenha, e que ela continue sempre assim, atuante,
vibrante, lutando, trazendo idéias e, enfim, fazendo reivindicações para suas
áreas e seus interesses. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Queremos
registrar a presença entre nós e convidar para compor a Mesa o ilustre Sr.
Vice-Governador do Mato Grosso do Sul, Moacir Kohl, que pertence ao nosso Partido, PDT. Gostaríamos de convidá-lo
para compor a Mesa. Ao comentar com o Sr. Vice-Governador que estávamos
prestando uma homenagem para a Azenha, um dos mais tradicionais bairros de
Porto Alegre, ele disse: “Estudei aqui, conheço a Cidade”.
O Ver. José Valdir está
com a palavra, em Comunicações.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais
presentes.) Saudação especial ao meu xará, Waldir, com quem tive a satisfação e
o privilégio de conviver no secretariado do Governo do Prefeito Tarso Genro.
Esta homenagem à
Associação Nova Azenha vem em um momento particularmente importante da
conjuntura econômica do nosso País. Quero iniciar esta homenagem saudando esta
entidade e, através dela, todos os empreendedores, todos os empresários da
Azenha, que são um exemplo de resistência a este processo de globalização, a
este processo de desnacionalização. Este momento que vivemos, aqui, é muito
importante, porque sabemos quão difícil é resistir às pressões de fora, do
capital internacional, resistir e conviver com essa crise que já destruiu
instituições comerciais tradicionais na nossa Cidade, como a nossa famosa Casa
Pimenta que fechou as portas. Nós, do interior, nem conhecíamos bem esta
Cidade, mas conhecíamos o Laçador e a Casa Pimenta. Penso que o comércio da
Azenha também é um desses patrimônios que temos e que fazem uma resistência -
como todos os pequenos empreendimentos - quase heróica, hercúlea, frente à
ganância do capital internacional.
Isso que estou dizendo
corrobora o pronunciamento feito pelo Ver. Elói Guimarães. Os números são
assustadores. A Folha de São Paulo, de domingo, publicou uma matéria muito
interessante sob o título: “Triplica a remessa de lucros para o exterior”, onde
mostra que a tal abertura indiscriminada ao capital estrangeiro está gerando um
processo perigoso de desnacionalização. E cita dados: durante o plano real, em
1994, de remessa para o exterior foram 2,5 bilhões de dólares. Quatro anos
depois, em 1998, a remessa já era 7,2 bilhões de dólares. Triplicou a remessa
de lucros para o exterior. Em contrapartida, os investimentos, entre aspas, que
os empresários estrangeiros trazem para o Brasil são, cada vez mais,
investimentos não para dar origem a novos empreendimentos, mas para comprar
empresas que já existiam. Os dados são estarrecedores: em 1994, dos 2,1 bilhões
que as empresas estrangeiras investiram no Brasil, apenas 0,38% desse montante
era para comprar empresas existentes. Quatro anos depois, no ano passado, dos
28 bilhões investidos, 74,1% era não para criar investimentos novos, mas para
comprar investimentos que já estavam sendo produzidos aqui. Portanto, é trocar
seis por meia dúzia e mais do que isso, porque essa troca tem um custo para
todos os brasileiros, é a remessa de divisas para fora que, no mesmo período,
triplicou, ou seja, compram as empresas, desnacionalizam-nas e isso já se
constitui numa verdadeira enxurrada de dinheiro para fora do País, dinheiro
esse que poderia ser reinvestido aqui dentro.
É contra isso que os
pequenos e médios empreendedores, como é o caso da nossa Associação, vêm
lutando bravamente, vêm resistindo heroicamente a essa ganância especulativa,
que, sabemos no que vai dar: aumento da dívida externa, empobrecimento - já o
estamos sentindo, não é à toa que aumenta, a cada dia, o desemprego e,
conseqüentemente isso afeta os Estados e Municípios.
Portanto, não é só a
questão do megainvestimento, é que esse megainvestimento que vem para cá traz a
ilusão de desenvolvimento, a ilusão de crescimento econômico, porque, na
verdade, ele vem para cá, como disse o Ver Elói Guimarães, para empobrecer os
países, para comprar e encampar o que já existe, fazer muito pouco no que se
refere à expansão e remeter fortunas e fortunas para fora do País, como está
demonstrado por esse artigo da Folha de São Paulo e, inclusive, como eu
denunciei há duas semanas: as próprias agências do capital internacional
mostram que o fosso entre os países ricos e os países pobres cada vez aumenta
mais.
Parabéns à Associação Nova
Azenha pela heróica resistência que faz a esse tipo de extorsão. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O
próximo inscrito é o Ver. Cláudio Sebenelo, que usará a tribuna em outra
oportunidade. Acreditamos que os Vereadores inscritos já se manifestaram em
diversos pronunciamentos.
O
SR. JOÃO MOTTA: Sr.
Presidente, eu seria o décimo inscrito, mas, em virtude das circunstâncias, não
vou-me pronunciar, mas registro que havia preparado um discurso para esta
ocasião.
O SR. PRESIDENTE: Registro, com satisfação, Ver. João
Motta, a sua manifestação. Através dela, V. Exa. se agrega às homenagens.
O
SR. LAURO HAGEMANN: Sr.
Presidente e ilustres visitantes, eu também me atrasei na inscrição, mas
gostaria de falar e felicito a presença da Associação Nova Azenha aqui.
Isso mostra, senhores
convidados, que a Câmara, como um todo, só não amplia a homenagem., através dos
Vereadores que não puderam usar da palavra, em razão de impedimento regimental.
Mas fica registrada a pujança da homenagem, ou seja, as diversas facções,
independente de ideologias político-partidárias, reconhecem o grande trabalho
da nossa Associação Nova Azenha.
O
SR. PRESIDENTE: O Sr.
Nilton Lerrer, Presidente da Associação Nova Azenha está com a palavra.
O
SR. NILTON LERRER: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores (Saúda os componentes da Mesa.), hoje é um dia
muito especial para nós, da Associação Azenha. Sentimo-nos pequenos ante tantas
manifestações aqui recebidas, manifestações elogiosas em relação a um trabalho
que foi iniciado há dez anos, quando Valdemar Bronzatto, Waldir Bronzatto e
Vicente Lobraico resolveram fundar uma associação como a que hoje completa dez
anos.
O significado desta data
torna-se ainda muito maior quando uma Casa como esta, que neste ano comemorou
duzentos e trinta anos, nos diz tantas palavras de estímulos e nos faz tantas
referência elogiosas. Sinto-me orgulho de ser o caudatário desta herança e de
estar na presidência de uma associação como esta, de ter elementos na diretoria
como os de que dispomos, que sabem, realmente, levar as coisas avante, dentro
das limitações que existem.
Os objetivos da ANA são
lutar pelos interesses da comunidade empresarial estabelecida na Azenha. Mas
somos conscientes de que isso não deve ser feito de uma maneira pequena ou
corporativista, mas, sim, integrada em ambições maiores, pois a atualidade nos
exige uma participação comunitária cada vez mais qualificada. Temos a
reivindicar e, também, temos a dar.
Esse é o espírito que norteia a nossa Associação. É por essa razão que
ela não se cinge ao nosso Bairro, na sua atuação.
Dentro desses objetivos,
nós gostaríamos de citar algumas ações locais que estão sendo desenvolvidas e
até mesmo para dar alguma satisfação aos Vereadores que nos antecederam e que
nos solicitaram que nós façamos cada vez mais cobranças a eles. Esse tipo de
convite é muito bem aceito e nós vamos respondê-los. A Associação Nova Azenha,
no momento, está em tratativas para proceder a modificações viárias no eixo da
Av. Azenha com recuos e alargamentos naqueles trechos da Avenida onde isso já é
possível, possibilitando, assim, uma melhoria no estacionamento, já que um
estacionamento subterrâneo, como foi citado aqui, é uma obra de muito maior
envergadura e de maior dificuldade.
Através de uma
colaboração, também, com o SINDILOJAS, uma entidade irmã, está sendo realizado,
na Azenha, o primeiro censo empresarial na Azenha, quando nós vamos levantar
dados para caracterizar melhor a comunidade empresarial do Bairro e, assim,
tornar as nossas ações mais eficientes e mais objetivas.
Na área da segurança, que
é um problema crítico a todos nós, nós gostaríamos de destacar a parceria que
realizamos com a Brigada Militar, cujos representantes, aqui, nos honram com as
suas presenças. Realmente, existe um diálogo permanente com a Brigada e, como
já foi citado antes, pelo Presidente, nós conseguimos implementar um telefone
celular para os elementos que fazem o patrulhamento na região e os associados
têm acesso a esse telefone. Assim, em caso de qualquer ocorrência, podem
acionar a Brigada Militar para que as providências cheguem mais rapidamente.
Como dissemos, não nos
cingimos a problemas específicos da área da Azenha. Ainda ontem, foi assinado
com a Prefeitura de Porto Alegre e os representantes do Carrefour,
multinacional que já está em Porto Alegre, que está aumentando o número das
suas unidades, um acordo para sua instalação no Bairro da Zona Norte. Pois bem,
a nossa Associação, através do Vice-Presidente Marcos Manéia, também está
presente no comitê dos grandes empreendimentos da Cidade que procura limitar o
poder deste tipo de grupo, a fim de que as conseqüências funestas, aqui
relatadas, não se façam em toda a sua plenitude.
Então, alguns itens foram
obtidos dessas presenças, tais como a construção de creche, pavimentação de
ruas, vagas de trabalho para pessoas com mais de 30 anos e etc.
Trabalho semelhante se
desenvolve também em relação à Empresa Zaffari e a sua expansão.
A Associação Nova Azenha
possui representante no Orçamento Participativo, tanto no Estado, como no
Município, e é de suma importância a sua participação nas discussões do
Pró-Guaíba - Projeto que visa recuperar a qualidade da água da bacia do Guaíba
- e conta, inclusive, com o apoio de organizações internacionais como o Banco
Mundial.
Num momento como este, em
que a Associação Nova Azenha completa seus 10 anos e, nesta época do ano,
quando se realizam as negociações do dissídio coletivo dos comerciários de
Porto Alegre, a Associação Nova Azenha não poderia se furtar de dar a sua
posição em relação a um assunto que anualmente, nesta época do ano, torna-se
momentoso, trata-se da abertura do comércio aos domingos. Nós, empresários de
rua que somos, somos contrários à abertura do comércio aos domingos. Achamos
que Porto Alegre não se reveste da característica de cidade que vá tirar
proveito disso. O fluxo turístico da Cidade de Porto Alegre, nos fins de
semana, é negativo. E essa seria, talvez, a principal argumentação que
favoreceria a abertura do comércio aos domingos, pois numa Cidade como Gramado,
por exemplo, certamente os fins de semana são os dias mais fortes do comércio.
Colhemos informações na rede hoteleira de Porto Alegre e não se verifica isso,
pelo contrário. Achamos que seria um conforto - entre aspas - a mais que seria
dado ao consumidor, mas que este já dispõe de 6 dias por semana e, com o
advento dos shoppings, três turnos por semana, para efetuar suas compras.
E como a vida não é só
vender e comprar, nós continuamos achando que domingo deve ser um dia reservado
para atividades diferentes daquelas mercantis e que isso é um hábito saudável.
Era isso, Sr. Presidente e
Srs. Vereadores, que nós tínhamos a dizer como uma forma de agradecimento a
tudo aquilo que esta Casa nos prestou hoje. Por uma coincidência de datas,
estamos comemorando também o aniversário do Presidente desta Casa, um amigo
confesso do nossa comunidade, morador da Azenha, que não nos nega o seu apoio,
e a quem eu desejo uma profícua e ascendente carreira política, junto a sua esposa
Sônia, na condição da Presidência desta Casa; também as nossas sinceras
felicitações ao SINDICÂMARA que hoje comemora, como nós, 10 anos.
Reitero aos Senhores que
as sementes deixadas pelos fundadores da Associação Azenha frutificaram e
frutificarão mais ainda, o nosso sentido de responsabilidade comunitária e
social não deixará de atender a todos os nossos compromissos com a mesma
determinação e com o espírito que nos orienta. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Agradecemos
a participação das ilustres autoridades que nos prestigiaram na comemoração dos
10 anos da Associação da Nova Azenha - ANA. Agradecemos as generosas palavras
do Presidente Nilton Lerrer e todos os senhores que acompanham as lideranças da
Nova Azenha, sócios e sócias, pessoas que acompanham a Diretoria nesses
profícuos 10 anos de trabalho, a nossa saudação inclusive à esposa do
Presidente Nilton Lerrer, a Sra. Sílvia, que comparece gentilmente nesta tarde.
Sr. Moacir Kohl,
Vice-Governador de Mato Grosso do Sul, sentimo-nos muito honrados com a sua
presença. V. Exa. morou em Porto Alegre e sabe que esse Bairro foi onde começou
a Revolução Farroupilha, portanto tem um significado todo especial para nós,
gaúchos. Saudamos V. Exa. por esta gentil visita, sabemos que já está com
agenda lotada e deve-se retirar. Suspenderemos os trabalhos para as despedidas
formais.
Agradecemos a presença de
todos.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 16h02min.)
O
SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro - às 16h05min): Estão reabertos os trabalhos. Para
formular um Requerimento tem a palavra o Ver. Reginaldo Pujol.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Fomos
informados, Sr. Presidente, de que na data de hoje a Rádio Bandeirantes, que
sucedeu a Rádio Difusora, completa 64 anos de atividades. Tratando-se de uma
emissora pioneira do Rio Grande do Sul, requeiro que, através da Mesa, faça-se
o registro, e que, como conseqüência, encaminhe-se à Emissora os cumprimentos
da Casa pelo transcurso.
O
SR. PRESIDENTE: O
registro é oportuno. O Requerimento de V. Exa. está deferido de plano.
O Ver. João Dib está com a
palavra, no período das Comunicações, pelo tempo regimental de cinco minutos.
O
SR. JOÃO DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Sempre afirmo que a primeira missão do legislador
é fazer cumprir a lei. Sempre digo que a Pauta é um momento muito importante,
para que os Projetos sejam bem analisados, discutidos, e que os Vereadores não
se deixem envolver. Tenho afirmado que a Prefeitura olha com a mais absoluta
imoralidade as leis que emanam desta Casa, e nós, Vereadores, não temos tomado
providências.
Aprovamos um Projeto de
Lei, com criação de cargos, para que a Prefeitura pudesse fazer propaganda,
Ver. Adeli Sell - que é diferente de publicidade oficial - dizendo “a
Prefeitura cuida da saúde dos seus munícipes e criou oitocentos cargos”, só não
chama os concursados, porque está chamando os apadrinhados, provavelmente. Dois
meses e dois dias depois de sancionada a lei, a Prefeitura continua fazendo
carta-contrato, o que é absolutamente imoral e ilegal. Eu não entendo como o
Tribunal de Contas continua aceitando tal proposição! Há uma reclamação deste
Vereador lá no Tribunal de Contas e outra no Ministério Público.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. João Dib, eu acompanho,
sempre, muito atentamente as suas preocupações, porque V. Exa. faz o papel do
Vereador, que é o de fiscalização. Não há nenhum problema em V. Exa. consultar
o Tribunal de Contas, porque faço isso também, como fiz agora com essas
empresas de fachadas, que somem de Porto Alegre e vão para o outro lado do rio.
É o nosso papel! Agora, V. Exa. que acompanha, diariamente, o Diário Oficial,
está vendo que estão sendo chamados os servidores. Acho que houve alguns
problemas de atraso da nossa parte e nós já colocamos para V. Exa. que isso
acontece no serviço público. V. Exa. já foi Prefeito Municipal, sabe que
atrasos acontecem. Nós estamos cumprindo, agora, rigorosamente, o que foi
determinado por esta Casa, a contratação.
O
SR. JOÃO DIB: Sou grato
a V. Exa., nobre Ver. Adeli Sell, pelo esforço que faz, mas como bem disse, eu
não sou inexperiente. Eu sou servidor público municipal por vocação, formação e
convicção e tive a oportunidade de passar por todos os postos da Prefeitura, inclusive,
o de Prefeito. Então sei que está sendo mal-usado, de forma imoral, a Lei que,
por esta Casa, foi votada em regime de urgência, urgentíssima. Foram chamados
alguns concursados, mas, dois meses e dois dias depois, continuam nomeando,
chamando em maior número as cartas-contratos.
Mas eu dizia que a Pauta é
importante, extremamente importante, para que não se deixe o Vereador envolver.
Já estão, aqui, mais dois Projetos de Lei do Prefeito criando cargos. Um eu
tenho certeza de que ele vai preencher, porque é para os companheiros. É cargo
em comissão e ele não vai deixar de criar cargos para chamar imediatamente e
até fazer uma participação partidária, financeira. Mas, o outro, que eu
gostaria de chamar a atenção dos Srs. Vereadores, parece um Projeto muito
inocente. Diz assim: “Altera a denominação da Fundação de Educação Social e
Comunitária - FESC -, para Fundação de Assistência Social e Cidadania.” Olha,
trocou o nome de Pedro para Paulo. Nada demais, foi lá no cartório e registrou
o novo nome. Só que ele acrescenta assim: “... e dá outras providências.” E,
nas outras providências, no fim do ano, tinha que ter um pouco mais de moral
para escrever e assinar, porque trata-se do patrimônio da FESC e da criação de
cargos. Essas são as, pequenas, outras providências. Ele trocou o nome de Pedro
para Paulo e foi acrescentando coisas - para os desavisados, pensava ele. Não!
Aqui há trinta e três Vereadores muito atentos! Mas, de repente, no acúmulo das
matérias que ocorrem no fim do ano, alguém é capaz de chegar e pedir que seja
votada essa maledicência na base do artigo 81, sem Parecer, sem que os
Vereadores saibam o que seja. Volto a dizer: trinta e três atentos Vereadores
não permitirão essa infâmia. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cyro Martini está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, chamam-me sobremodo a atenção as iniciativas que
vêm sendo tomadas ultimamente, tanto no Município como no Estado, a respeito da
educação para o trânsito.
Hoje, pela manhã, o
Governo do Estado teve a oportunidade de lançar um trabalho, de caráter
pedagógico, voltado para a educação do trânsito, que se deverá alongar pelo
tempo que for necessário.
O Município, há alguns
dias, também lançou um trabalho, de cunho educativo, destinado à área do
trânsito. Realmente, Sr. Presidente, as iniciativas das três esferas
governamentais estavam deixando a desejar. Agora, vemos que os governos se
acordam de vez, com força, para promover a educação para o trânsito, no mesmo
nível que vinham desenvolvendo as atividades de policiamento e de fiscalização.
Nós não podemos esquecer
que a administração do trânsito deve contar com a engenharia do tráfego, com o
planejamento, com a fiscalização, tudo o que diz respeito à adequação do campo
viário para a fluidez veicular e a circulação dos pedestres. Deve, também,
valer-se dos recursos repressivos pertinentes ao policiamento e à fiscalização
para chegar a bom termo no que diz respeito aos propósitos para os quais deve-se
voltar a administração do trânsito que, em primeiro plano, são a ordem e
segurança e, em plano posterior, a incolumidade que diz respeito à vida do
cidadão e ao patrimônio que entra em jogo no campo viário.
Mas, nesse tripé da
administração do trânsito não poderia ficar esquecida a educação para o
trânsito. A educação para o trânsito tem fundamental e indispensável
importância nesse campo da administração pública. Não somos nós que dizemos
aqui, mas todos aqueles que lidam, os expertos, os técnicos, as autoridades que
militam na área do trânsito, que assim se pronunciam mundialmente. E não apenas
hoje, no passado também e, no futuro, certamente, estaremos dizendo o mesmo: a
educação para o trânsito não pode ser esquecida.
Muito bem procede, então,
o Governo do Estado, quando lança esse trabalho relativo ao Movimento de
Educação para o Trânsito, contando com o DAER, com a Secretaria dos
Transportes, com o DETRAN e com outros órgãos e entidades dentro dessa esfera
governamental, assim como também quando se vale da Secretaria Municipal dos
Transportes e de outros recursos. Mas educar para o trânsito é a tarefa mais
difícil confiada à administração do trânsito. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, assistimos, ontem, por iniciativa do Ver. Hélio
Corbellini, Presidente da CUTHAB, com a máxima atenção, às manifestações da
Sra. Carmem Oliveira, Presidenta da FEBEM, acerca das fugas, dos motins e de
outros acontecimentos antigos e recentes que culminaram com a morte de um
monitor, com a presença permanente da Brigada Militar dentro do Centro Jovem
Adulto, com a transferência de vinte e quatro menores para a Penitenciária de
Segurança Máxima de Charqueadas, com o alijamento de monitores do seu exercício
profissional. Por fim, deixaram-nos com a convicção de que tanto essa
autoridade quanto o Sr. Governador falaram - eleitoreiramente - demais. Falaram
demais, porque excluíram, durante a eleição, a Brigada Militar de qualquer
disponibilidade e socorro nos momentos críticos enfrentados pela entidade.
Diziam: “Lá não entra a Brigada Militar; nós retiraremos a Brigada de lá;
aquele não é um caso de Polícia, é um caso social.”
Em momentos idênticos, no
Governo anterior, a participação da Corporação Militar foi virulentamente
combatida. Falaram demais por tentar impor à sociedade a idéia de que a força
pública pode substituir, inclusive pedagogicamente, a monitoria.
Não ficou claramente explícita
qual a nova política a ser adotada pela FEBEM. O que sabemos é que hoje há um
pedido de ocupação de casas no Bairro Menino Deus, por militares do Comando da
Brigada Militar, como moradias, quando essas forem liberadas.
Aliás, Ver. Juarez
Pinheiro, queremos cumprimentar o Secretário da Segurança, que reverteu uma
situação que os meios de comunicação denunciaram.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero dizer, com toda a
experiência que tenho - e tenho alguma -, que critiquei o meu colega de turma,
Ministro de Exército Tinoco, por caso análogo: ele abria mão dos próprios
nacionais em Brasília. Eu dizia: como é que vão receber os oficiais e sargentos
transferidos para Brasília? É o caso do próprio estadual. O oficial sargento
recebe, transitoriamente, poder de habitar aquele apartamento ou casa. Não
podemos desmontar a Brigada. Pelo amor de Deus, PT, Governo, civis, lembrem-se
disso, não pratiquem essa ignorância!
O Ministro me telefonou de
Brasília, dizendo: “Consegui deter isso. Vamos recuperar os próprios, que são
quatrocentos.” Imaginem se o Exército estivesse desalojado em Brasília? Se dá o
mesmo no Rio Grande do Sul. Onde vamos parar por ignorância?
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Nos referíamos, Ver. Pedro Américo Leal, a uma atitude do Sr. Secretário,
revertendo uma situação de privilégio que estava causando mal-estar, inclusive
dentro do próprio Partido dos Trabalhadores. Neste caso, ele tem casa em Porto
Alegre. Ao assumir o Comando da Brigada Militar, passa a ter outra moradia.
Esta casa, agora, vai ser usada pela FEBEM, é uma excelente idéia.
O problema da FEBEM
extrapola até o debate político. Ninguém, licitamente, seja de que partido for,
mesmo por mera insinuação, faria qualquer exploração política sobre o assunto.
O que está em jogo é a segurança da sociedade porto-alegrense; o que está em
jogo é o futuro das crianças e adolescentes que, por qualquer motivo foram
infratores, são oriundos dessa mesma sociedade que, como um todo deverá arcar
com os gravames decorrentes.
Muitas políticas públicas,
em qualquer de suas instâncias, têm falhado, mesmo com investimentos maciços,
mesmo com estratégias aparentemente corretas, muitas vezes se mostrando
inócuas, com o crescimento trágico das estatísticas de desastres sociais que se
avolumam em tais proporções. E só podemos chegar a uma conclusão: nossas
estratégias estão erradas, devem sofrer um novo processo de avaliação e debate
que deverá resultar em novas propostas de solução, especialmente as
preventivas, se possível, para evitar tais eventos tão desagradáveis e que
pintam com nuvens negras os horizontes das próximas gerações. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Com a
palavra o Ver. Pedro Américo Leal para uma Comunicação de Líder.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, uma notícia do Jornal Zero Hora publicou que o
ilustre Comandante da Brigada Militar, que me deu a honra de assistir ontem, ao
meu lado, a uma aula que dei para os Oficiais da Brigada Militar na Academia de
Polícia Militar, e com quem falei sobre esse assunto, acusou S. Exa. de estar
usando indevidamente viaturas e estar ocupando um próprio estadual,
indevidamente, senão impropriamente um prédio do Estado.
Quero chamar a atenção do
PT, que é Governo - e o PT tem de me ouvir! -, para não se deixar levar por
esses cantos de sereia. O que é o próprio nacional? O que é o próprio estadual?
São casas designadas funcionalmente. Ninguém é dono da casa. Aquela casa que
está ali, é para o Comando do 1º BPM., 6º BPM, 7º BPM, 11º BPM, à semelhança de
Brasília, porque os militares, quando chegam na Amazônia, quando chegam na
Capital Federal, não têm condições de alugar casas e apartamentos, é dificílimo
conciliar os seus vencimentos com o que está sendo pedido por cada apartamento
ou casa da localidade. Não é possível. Então, a Força tem essa possibilidade,
imobiliza essas casas que são, na verdade, evacuadas, dispensadas, assim como
são dispensados e evacuados os apartamentos dos Deputados Federais em Brasília.
O Deputado não é eleito? Então, entrega o apartamento. Tem que haver
apartamento disponível para o Congresso. E estão fazendo uma verdadeira
"guerra".
O Comandante entregou um
Vectra, ou um carro qualquer, quando não deveria ter entregue. Esse carro
pertence a ele, à sua esposa, ao seu filho que deve ser levado ao colégio, com
segurança, constantemente vigiado.
Eu repito aqui, para o PT
ouvir e aprender, pois ele não tem prática de governo, não sabe como vai
manobrar e proceder com a área militar. Esses apartamentos e esses carros são
funcionais, pois o homem deve ter segurança, porque é Comandante da Brigada
Militar. Chamei a atenção, ontem, dos oficiais superiores da Brigada Militar
sobre isso, com o Comandante, de pé, ao meu lado, de que a Brigada Militar não
pode se deixar levar por notícia de jornal. Quem sabe, os jornais inventam
alguma coisa, veiculam e todo mundo fica apavorado. Não! Não é assim. Nós temos
que ter bom senso, temos que ter critérios. O Comandante tem o direito de ter
uma viatura, com segurança, para levar seus filhos ao colégio. Eu digo que tem,
porque se raptarem o filho de um Comandante, terminaram com o Comandante, tem
que ser substituído. Está parada a Brigada Militar. E é isso que V. Exas.
querem? É isso que a sociedade civil quer? Respondam-me, é isso que desejam?
Imobilizar a Brigada Militar, imobilizar a Polícia Civil? Vamos parar de fazer
besteira, parar de cuidar do que não entendemos. A imprensa não entende o que é
a vida militar. Não se meta, então. Não inventem coisas, que já fazem um grande
trabalho. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, na tarde de ontem a Comissão de Constituição e
Justiça aprovou o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, Relator do processo que
examinava as questões legais que envolviam a demolição do prédio histórico do
Mercado Bom Fim, na Cidade de Porto Alegre. Por quatro votos a três, registro
os votos favoráveis ao Parecer do Ver. Reginaldo Pujol, que advertia,
concluindo pela ilegalidade da demolição do prédio histórico do Mercado Público
Bom Fim, e pela responsabilidade do Sr. Prefeito por esse ato. Acompanharam o
Parecer os Vereadores Elói Guimarães, Fernando Záchia e Cláudio Sebenelo. A
Comissão de Constituição e Justiça desta Casa declarou que a demolição do
Mercado Público Bom Fim, em setembro de 1998, sem a ouvida do Conselho do
Patrimônio Histórico da Cidade de Porto Alegre, constituiu ato de manifesta ilegalidade,
de violação de texto expresso de lei. A Lei Municipal estabelece que a
demolição de qualquer prédio que envolva valor cultural deva ter o parecer
sobre a demolição do Conselho do Patrimônio Histórico da Cidade de Porto
Alegre.
Que partido é esse, que
Governo é esse que apregoa a preservação do patrimônio histórico e, na calada
da noite, desmancha um prédio de valor histórico para a Cidade de Porto Alegre?
Lamentamos profundamente esse ato de insensatez, esse ato impensado da
Administração Municipal que envolve, nesse momento, uma ação civil pública das
coordenadorias, das promotorias comunitárias que cobram da Prefeitura um
ressarcimento pela demolição do prédio histórico do Bom Fim. Onde está a razão?
Há um direito violado e o silêncio reina total, sem nenhuma explicação em
relação a esse ato de insensatez e de desrespeito ao patrimônio histórico,
àquilo que nós cultuamos nas escolas e procuramos transmitir às gerações: uma
posição de que a História, de que os prédios históricos, de que a memória de
uma cidade é fundamental para a compreensão de todo um passado. Pois num ato em
que não ouviu o Conselho do Patrimônio Histórico da Cidade, simplesmente,
passou por cima desse Conselho e da comunidade, que sequer foi ouvida.
O Conselho do Patrimônio
Histórico e a comunidade, sim, foram ouvidos para a restauração do prédio
histórico do Bom Fim, mas não para a sua demolição e, de outro lado, ontem,
amparado por uma medida liminar, sem ouvida da comunidade dos Bairros
Farroupilha e Bom Fim, desativaram um cenário que já fazia parte do Parque
Farroupilha e da vida daquela Região, que era a Minilândia, aquele conjunto de
brinquedos eletrônicos, os Austins da década de 50, Ver. Juarez Pinheiro -
certamente, V. Exa. deve ter andado, quando menino, naqueles brinquedos -, e
esta Casa silenciou, Ver. Cláudio Sebenelo, frente a mais esse gesto de
insensatez.
No entanto, no que se
refere à prostituição que grassa na Av. José Bonifácio, as autoridades
municipais e estaduais nada fazem para resolver o problema que está lá, para
envergonhar e ultrajar os moradores daquela Avenida. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Passamos
à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
2ª SESSÃO
PROC.
3115/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que dispõe
sobre controle da quantidade de açúcar na merenda escolar.
PROC.
3293/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 176/99, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
institui o Dia do Reciclador e da
Reciclagem de Lixo no Município de Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
3327/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/99, que inclui Anexo na Lei nº 8330, de 25 de
agosto de 1999, que cria cargos de provimento efetivo na Administração
Centralizada do Município, e dá outras providências.
PROC.
3341/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 004/99, que autoriza a transferência do potencial
construtivo de imóvel para fins de restauração de imóvel tombado e dá outras
providências.
PROC.
2760/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que
institui o Fundo Municipal de Reequipamento de Bombeiros (FUMREBOM).
3ª SESSÃO
PROC.
3284/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/99, que autoriza a alienação, por
inexigibilidade de licitação em face das características do imóvel, de próprio
municipal localizado na Rua Barão do Gravataí, em frente ao nº 518.
PROC.
3159/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 016/99, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que
dispõe sobre a regularização das edificações existentes na UTF 31 da UTSI 33.
(Complexo Esportivo do Sport Club Internacional)
PROC.
3203/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 037/99, que autoriza a alienação de próprio
municipal a lindeiro.
PROC.
3283/99 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO
Nº 038/99, que desafeta
próprio municipal, bem de uso comum do povo, e autoriza a permuta do imóvel
desafetado com a Cia. Zaffari Comércio e Indústria Ltda.
PROC.
3148/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 173/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que
denomina Rua Terezinha Turcato um logradouro irregular localizado no Bairro
Rubem Berta.
PROC.
3196/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 035/99, que altera a denominação da Fundação de
Educação Social e Comunitária – FESC para Fundação de Assistência Social e
Cidadania e dá outras providências.
PROC.
3197/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 036/99, que cria cinco Cargos em Comissão de
Gerente de Parque e cinco Funções Gratificadas de Responsável por Atividades I,
no Quadro da Administração Centralizada, e dá outras providências.
PROC.
3133/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 056/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que altera a redação do §
1º do art. 1º da Resolução nº 1427, de 28 de setembro de 1999, que institui o
troféu Honra ao Mérito.
PROC.
3160/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 057/99, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que concede o título
honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Ibraim Gonçalves.
PROC.
3131/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 003/99, que altera artigos da Lei Complementar
nº 07, de 07 de dezembro de 1973, Lei Complementar nº 197, de 21 de março de
1989, Lei Complementar nº 396, de 27 de dezembro de 1996, e dá outras
providências. (legislação tributária) Com
Emenda nº 01.
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, em período de Pauta, temos uma iniciativa do Ver.
Nereu D’Ávila que visa a criar um fundo para o Corpo de Bombeiros. Ressalvo os
aspectos de ordem legal e constitucional e faço uma análise da matéria no que
diz respeito ao mérito, a uma atividade estatal da maior relevância para a
segurança das pessoas e que interessa a toda a sociedade, que é o Corpo de
Bombeiros, um serviço de socorro que prestam à Cidade de Porto Alegre. É
desnecessário falar-se sobre a precariedade material do Corpo de Bombeiros,
embora os seus soldados sejam homens preparados, voluntariosos na missão, são
os homens do fogo. Mas, de qualquer forma, a precariedade material do Corpo de
Bombeiros é algo profundamente inquietante à segurança humana e imobiliária da
Cidade.
Tivemos, há um mês, a
ocorrência de um incêndio na Zona Norte de Porto Alegre, envolvendo uma antiga
e conceituada loja, empresa de venda de veículos e oficinas, a Carro do Povo,
onde o fogo, de forma violenta, consumiu praticamente um quarteirão de
instalações de lojas, queimando carros. Impressionou sobremodo a comunidade
que, no entorno, assistia ao sinistro, a violência do fogo. E, por outro lado,
embora a ação denodada e heróica do Corpo de Bombeiros, observou-se a
precariedade dos instrumentos para a debelação do incêndio.
Outro dia, eu falava com o
Comandante, aqui na Casa, o Tenente-Coronel Lins, que nos dizia das imensas
dificuldades, óbvias e notórias dificuldades do Corpo de Bombeiros para
enfrentar essa missão árdua, difícil, complexa, de periculosidade absoluta, que
é a ação dos bombeiros na debelação do fogo, cujas conseqüências todos
conhecemos.
Infelizmente, Porto Alegre
assistiu a verdadeiros horrores com acontecimentos que marcaram a história da
Cidade. Ainda lembramos das Lojas
Renner, enfim, tantos acontecimentos que enlutaram a Cidade de Porto Alegre, e,
de resto, o Estado. A história dos bombeiros, a história de precariedade, a
história de falta de recursos é histórica e se agrava. Há um agravamento
significativo das carências do Corpo de Bombeiros. Então, quando vem uma
iniciativa dessa natureza, tentando buscar um fundo, não examinando,
evidentemente, a questão da legalidade, constitucionalidade, nós temos que
examinar, porque alguma coisa tem que ser feita.
Nós temos a Cidade de
Porto Alegre com a sua complexidade, é uma Cidade que está na ponta da
península, é uma Cidade que, pela sua geografia e pelo seu processo de
circulação, cria uma série de dificuldades para se acessar os locais
imprescindíveis. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, Senhoras e Senhores, discuto o
Projeto de minha autoria, que institui o Dia do Reciclador e da Reciclagem de
Lixo na nossa Cidade.
Considero que o setor
profissional que trabalha com a reciclagem do lixo é um setor profissional que
nós temos que levar mais em conta. Temos de levar em conta todo esse processo
de nove anos em Porto Alegre da reciclagem do lixo. Ai de mim afirmar que está
uma maravilha, ai de mim afirmar que tudo está bem na reciclagem do lixo. Não!
Evidentemente é muito difícil, temos uma Cidade que produz muito lixo e nós
temos ainda pouca capacidade de atender toda essa demanda da separação, até
porque temos que ainda levar uma grande batalha de conscientização, que começa
nas escolas, para que se faça a efetiva separação do lixo, ainda não conseguimos
atender 100% da Cidade.
Temos outros problemas,
como podemos constatar, e o Ver. João Dib esteve conosco no debate na Comissão
de Economia, aqueles que roubam lixo. Vejam a que ponto chegamos! Discutimos,
há poucos dias, roubos de celulares, mas há roubo de lixo, Ver. Luiz Braz! Há
os atravessadores, há uma série de maneiras de se aproveitar o lixo e isso
acaba, muitas vezes, prejudicando o próprio DMLU que acaba pegando o resto, não
necessariamente aquele lixo melhor para levar a essas oito associações de
recicladores que nós temos em Porto Alegre.
Tivemos, há uma semana, a
grata satisfação de receber na Comissão de Economia, Ver. João Bosco Vaz, a
presença de três profissionais do DMLU, que fazem um trabalho com os criadores
de suínos em Porto Alegre. São dezessete criadores que recolhem cascas, restos
de alimentos, de forma organizada. Há uma central de distribuição num desses
locais e tudo isso é aproveitado e, posteriormente, o esterco é aproveitado
para adubo, para plantar, porque nós temos uma bela produção na Zona Sul de
Porto Alegre.
Volto a enfatizar a
questão das oito Associações de Recicladores. Às vezes, não há lixo suficiente,
lá nesse local, até porque temos falta de caminhões para levar o lixo a esses
lugares. Ainda há muita coisa a se fazer, como já disse e repito, na área da
educação ambiental, para que as pessoas separem o lixo nas suas residências.
Por isso que eu estou
propondo o Dia do Reciclador que, infelizmente, não é uma profissão
reconhecida, mas nós estamos fazendo contatos com os nossos Deputados para que
a gente consiga instituir, em nível nacional, esta profissão que é real e que
existe. Ela é muito importante, porque resguarda a natureza. Se não fossem os
recicladores, quantas árvores nós teríamos que plantar a mais! Tantas e tantas
questões que a preservação nos beneficia. Beneficia a natureza, beneficia a
economia. E nós queremos o Dia do Reciclador, o dia da reciclagem do lixo.
Estamos propondo o dia 15 de dezembro, porque é o dia de Fundação do
Departamento Municipal de Limpeza Urbana, portanto, também é uma homenagem ao
Departamento Municipal de Limpeza Urbana, que faz um bom trabalho, um trabalho
de competência. Evidentemente, ainda há lacunas. Deveríamos ter muito mais
instrumental, deveríamos ter muito mais investimentos nesta, como em outras
áreas que apontei há alguns dias na discussão do orçamento. Sem dúvida nenhuma,
quando discutimos carências, também temos que discutir como arrecadar, e isso
estamos fazendo neste momento quando discutimos o orçamento do Município.
Enfatizo e chamo a todos a
apoiar este Projeto, porque é um projeto da cidadania. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antônio Losada está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vamos comentar o Projeto de Lei do Executivo nº
035/99, que altera a denominação da Fundação de Educação Social e Comunitária,
FESC, para Fundação de Assistência Social e Cidadania e dá outras providências.
O Projeto do Executivo retira a palavra “Comunitária” e coloca “Cidadania”, com
isto, vai facilitar a busca de recursos para investir nos projetos de cidadania
e de assistência social.
Sem dúvida que é um medida
oportuna, que vem beneficiar as comunidades distribuídas nos vários centros comunitários,
que são orientados pela FESC. Estes centros desenvolvem um trabalho intenso
junto às comunidades no que diz respeito à prática de esportes, lazer e cursos
de especialização. São espaços muito importantes para a comunidade. Além da
possibilidade desta prática de esportes, há também a possibilidade do lazer, já
que estes centros têm um espaço amplo que possibilita, principalmente, às
nossas comunidades da periferia utilizar esses espaços que possibilitam um
conforto muito maior para as comunidades nos bairros.
Também queremos comentar o
Projeto do Ver. Adeli Sell. É o Projeto que propõe o Dia do Reciclador. Esse
Projeto, sem dúvida, é importantíssimo e vem estimular essa categoria que
trabalha na separação do lixo seco, nos oito galpões de reciclagem existentes
em nossa Cidade, que possibilitam, mais ou menos, a sobrevivência, salários
para, aproximadamente, duzentas famílias. Durante muitos anos, nós tivemos
conhecimento e acompanhamos os processos de roubos de lixos que o Ver. Adeli
Sell comentou. Esses caminhões de lixos eram desviados para alimentar os
suínos. Era uma verdadeira luta da fiscalização para impedir que esses
caminhões de lixo chegassem a esses locais onde os criadores os aguardavam para
alimentar seus suínos.
A partir da Administração
Popular, começou-se a desenvolver um trabalho interessantíssimo no controle do
lixo. Daí surgiu, na Restinga, o trabalho de que participamos, durante dois
anos, para a fundação daquele galpão de reciclagem. Nós também fizemos, através
do DMLU, um trabalho junto aos criadores de suínos para que eles aproveitassem
o lixo orgânico, as sobras de hospitais, que já vêm separado dos restaurantes;
enfim, de todas as áreas que trabalham com alimentos. Com isso, nós
possibilitamos que, por exemplo, dos hospitais se retire três, quatro tipos de
lixos: o lixo tóxico, a sobra da cozinha, de alimentos limpos, e o lixo
orgânico, aquele que realmente não dá para aproveitar de maneira nenhuma. O
trabalho junto aos criadores de suínos foi intenso para convencê-los de aproveitarem
um lixo que já vinha separado, que a Prefeitura fazia esse trabalho junto aos
restaurantes, hospitais, etc. Portanto, sem dúvida esse Projeto do Ver. Adeli
Sell vem estimular o desenvolvimento desse trabalho, prestigiar essa categoria
de profissionais que leva uma vida muito difícil, mas que prestam um grande
trabalho no sentido da conservação do meio ambiente e da limpeza de nossa
Cidade. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cyro Martini está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, entendo dever trazer à reflexão e à
discussão deste Plenário o Projeto de Lei do Executivo nº 35/99, pelo qual
visa, o Governo Municipal, a alterar a denominação da FESC de Fundação de
Educação Social e Comunitária para a denominação Fundação de Assistência Social
e Cidadania. Entendo, de plano, que procede com acerto o Executivo Municipal ao
solicitar, ao pleitear a redenominação da FESC para Fundação de Assistência
Social e Cidadania, pois que dessa maneira. vai ao encontro daquilo que, hoje,
mostram as atividades, as iniciativas daquela Fundação. Ela já não
correspondia, por razões de boa administração, de um lado e, de outra parte,
pelos rumos qualitativos e quantitativos que vêm tomando aqueles propósitos que
levaram à criação da FESC.
O trabalho de assistente
social, o trabalho devotado ao campo da cidadania por aquela Fundação,
realmente mostra que está acertado o Governo ao pleitear a mudança de nome. Não
só por razões qualitativas, que exigem, hoje, maior número de funcionários,
mas, também, razões quantitativas exigem a lotação, a designação de servidores
com habilitações de outra ordem naquela Fundação.
O trabalho, apenas, o trabalho desenvolvido pela Fundação, com
relação ao idoso, com relação à Terceira Idade, reclama de nós todos atenção,
respeito e justiça com relação à Fundação ora em debate.
A Terceira Idade encontra,
na Fundação, um trabalho que se alarga por todo o Município, permitindo
atividades, convivência de modo permanente, de modo sistemático. Não é uma
atividade ocasional, é um trabalho desenvolvido com fôlego, com consciência e
nós todos sabemos que já hoje o Brasil divide com o jovem e com o idoso,
claramente, o destino do País, do Estado, do Município. Não está longe o dia em
que o idoso apresentará número superior ao de jovens. Ainda, hoje, devo dizer
que o Brasil é um País de jovens. Mas não está longe o dia em que os idosos se
constituirão no maior número da população porto-alegrense. Sempre que tenho oportunidade
eu digo que o Brasil ganhará, sobremaneira, porque a par do vigor e da vontade
do jovem, o idoso tem aquilo que é ouro puro: a experiência. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O
próximo inscrito é o Ver. João Dib. Ausente. O Ver. José Valdir está com a
palavra, para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, discuto o PLL nº 142/99, Proc. 2760/99, de autoria
do Ver. Nereu D’Ávila, que institui o Fundo de Reequipamento dos Bombeiros -
FUREBOM. O mérito do Projeto é indiscutível. Mas venho discuti-lo porque há um
parecer da Procuradoria, do qual discordo totalmente. Para mim, Projetos de
iniciativa de Vereador, visando criar fundo, têm vício de origem. A Procuradora
da Casa deu um parecer que diz que os fundos, de qualquer natureza, só podem
ser instituídos com prévia autorização do Legislativo, nos termos do art. 122,
inciso IX, da Lei Orgânica e art. 167, inciso IX, da Constituição Federal.
Óbvio que só podem ser instituídos com autorização legislativa. Mas, ao dar
esse parecer, passou ao largo da questão central, que é quem tem a iniciativa
de apresentar esse tipo de Projeto. Óbvio que a Câmara tem que aprovar os
fundos, mas, para chegar até à Câmara é só por iniciativa do Prefeito. Este Projeto
até pode-se justificar pelo mérito, mas, do ponto de vista legal, ele é
inorgânico e tem vício de origem. Embaso a minha afirmação no artigo 94, inciso
IV, que não é citado no parecer da Procuradoria, que diz que é competência
privativa do Prefeito dispor sobre a estrutura, a organização e o funcionamento
da Administração Municipal. Nesse artigo 94, há outros incisos mostrando que
mexer na estrutura administrativa ou criar despesas são prerrogativas
exclusivas do Prefeito, mesmo que tenha que passar pelo aval da Câmara.
Este Projeto até pode-se
justificar pelo mérito, mas ele fere o dispositivo da Lei Orgânica, o que não
inviabiliza que esta Câmara o vote e aprove, mas nós temos que, mesmo aprovando
um Projeto dessa natureza, e admitindo que o mérito é mais importante, deixar
claro que é um Projeto que tem vício de origem. Em relação a alguns Projetos,
como já aconteceu aqui, inclusive corretamente, não dá para a Procuradoria dar
parecer dizendo que esses projetos têm vício de origem em relação a outros Projetos;
não dá para tergiversar e não entrar na questão central, se tem ou não vício de
origem; não dá para não dizer nada em relação a essa questão e dizer em relação
a outras questões e, quanto a esse quesito legal, não se pronunciar; não dá
para ter dois pesos e duas medidas.
Outro Projeto que quero
discutir é Projeto de Resolução do Ver. Nereu D´Ávila, que está em terceira
sessão de Pauta. O Vereador apresentou uma Emenda ao seu Projeto. Trata-se do
Projeto que criou o Troféu Honra ao Mérito, para todas aquelas áreas do
conhecimento humano que se destacam por seus feitos, e sejam merecedoras do
reconhecimento desta Casa. Pensei que o Ver. Nereu D’Ávila iria corrigir algo
que, a meu ver, é um equívoco, para o que, inclusive, foi alertado pelo Ver.
João Dib, na época.
O
SR. PRESIDENTE: Nobre
Ver. José Valdir, deixei de marcar anteriormente o tempo de V. Exa. e, depois,
marquei mais três minutos. V. Exa. já ultrapassou os cinco minutos. Para
concluir, por gentileza.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Pensei
que o Ver. Nereu D’Ávila iria corrigir aquele equívoco que a Casa cometeu, de
instituir um prêmio que só pode ser indicado pelo Sr. Presidente, como se o
Presidente da Casa tivesse mais um privilégio, além das prerrogativas previstas
na Lei Orgânica, no Regimento da Casa. Só ele pode indicar as pessoas e
entidades que merecem o título de honra ao mérito. O Ver. João Dib apresentou,
na época, uma Emenda; votei a favor da Emenda, pedi renovação e não consegui,
por isso estou entrando com uma Emenda, exatamente no mesmo teor da apresentada
pelo Ver. João Dib, para corrigir essa distorção e esse privilégio
inaceitáveis. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Luiz Braz está com a palavra, para uma Comunicação de Líder, pelo PTB.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver.
Juarez Pinheiro, no exercício da Presidência dos trabalhos; Ver. Adeli Sell, 1º
Secretário; Srs. Vereadores; Sras. Vereadoras; Senhoras e Senhores.
Tive a oportunidade de,
pessoalmente, cumprimentar o Ver. José Valdir pelo pronunciamento que fez da
tribuna no momento em que a Associação Nova Azenha esteve aqui para ser
homenageada pelo transcurso do seu 10º aniversário, porque o Ver. José Valdir
veio para fazer um discurso contra os megaempreendimentos, e contra o
estabelecimento do Carrefour, pelo que entendi. Eu só não ouvi o Ver. José
Valdir citar, - acho que nem caberia ao Ver. José Valdir citar -, que o Sr.
Prefeito Municipal esteve fazendo o maior empenho possível para que o Carrefour
se estabelecesse naquele local, prejudicando os pequenos comerciantes, seguindo
uma política que é criticada pelo PT, que é a política neoliberal e fazendo com
que todos aqueles que querem lutar para ter o seu comércio vivo, para florescer
o seu comércio, não pudessem ter grande chance. Eu gostaria que o PT tivesse,
realmente, a coragem de enfrentar esses megaempreendedores. O PT não tem essa
coragem! Ele prefere sabe o que, Ver. Elói Guimarães, pegar o benefício desses
megaempreendedores para que o seu Partido possa continuar se fortalecendo. Ele
gosta de receber esses benefícios, dos megaempreendedores para o Partido, não
para a Cidade! Ele gosta de se fortalecer através desses megaempreendedores.
Aliás, ouvi também o discurso do Ver. Adeli Sell, aqui, da tribuna, dizendo que
ele discute, dentro do seu Partido, esse problema relacionado aos
megaempreendedores, mas eu não ouvi, por parte do Ver. Adeli Sell a mesma
veemência que eu ouvi nas palavras do Ver. José Valdir quando ele se
colocava...
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, eu vou suspender o tempo de V. Exa. para solicitar aos Vereadores
que não façam apartes anti-regimentais. Eu vou suspender a Sessão.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h11min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 17h12min):
Estão reabertos os trabalhos. Faço um apelos aos Srs. Vereadores para que não
façam apartes anti-regimentais. Restituo ao Ver. Luiz Braz o tempo da sua
intervenção.
O
SR. LUIZ BRAZ:
Vereador-Presidente, o PT podia ser mais competente para atrair investimentos!
Nós temos, Ver. Renato Guimarães, há onze anos, um discurso do PT dizendo que
vai criar o pólo industrial da Restinga. Porém, só temos mato naquele local.
A Cidade, na sua
periferia, ganha asfalto, mas não ganha investimentos.
A Cidade está precisando
rediscutir, por exemplo, um imposto que é extremamente cruel para todos aqueles
que aqui pretendem-se estabelecer, o ISSQN. Esse imposto cobra 5%,
praticamente, de quase todas as atividades. E, de repente, eu ouço o discurso
vazio do PT, que divide os seus Vereadores. Uns vêm aqui para a tribuna e
atacam os megaempreendimentos, outros vêm aqui e massageiam o ego do Sr.
Prefeito Municipal. E parece que fazem isso apenas para confundir a população
lá fora. Aliás, é o que mais esse Partido que está aí infelicitando Porto
Alegre faz nos últimos tempos. Aliás, não infelicita só Porto Alegre, mas
também todo o Rio Grande do Sul hoje, espantando a FORD, bem como outras
dezessete empresas que iriam aqui se estabelecer.
(Apartes
anti-regimentais.)
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, eu vou suspender o tempo de V. Exa.
Eu faço a solicitação que
não sejam feitos apartes anti-regimentais, eis que a Comunicação de Líder não
permite nenhum tipo de aparte.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, o Líder de V. Exa. aqui nesta Casa, Ver. Guilherme Barbosa, por
várias vezes, interrompeu o pronunciamento deste Vereador.
Houve um trato com a Mesa,
desde o ano passado, Ver. Juarez Pinheiro, V. Exa. sabe disso, que o orador que
está na tribuna não deve ser interrompido, cabendo à Mesa admoestar o Vereador
que assim está procedendo e não fazer como fez V. Exa. na condução dos
trabalhos, simplesmente paralisou o Vereador que estava na tribuna, por duas
vezes, para poder, o Líder de V. Exa., se manifestar de maneira anti-regimental
no Plenário. Daqui a pouco, ele vem aqui, e, como temos educação política, nós
não o interromperemos e ele completará o seu pronunciamento como se verdade
fosse aquilo que ele vai dizer aqui da tribuna.
Quantas mentiras nós vamos
ser obrigados a ouvir, a engolir, com a complacência da Mesa, Ver. Juarez
Pinheiro?
O
SR. PRESIDENTE: V. Exa.
tem mais um minuto, Ver. Luiz Braz.
O
SR. LUIZ BRAZ: O Ver.
Guilherme Barbosa continua, de maneira anti-regimental, de maneira deseducada,
fazendo com que este Plenário se dirija para ele. Eu peço, Ver. Juarez
Pinheiro, a V. Exa., que preside os trabalhos, que, por favor, admoeste o Líder
de V. Exa., porque o Partido de V. Exa. não pode agir dessa forma. Se engana as
pessoas lá fora, tem de permitir, pelo menos, que se discutam as questões desta
Cidade dentro deste Plenário. Não pode agir dessa forma porque essa não é uma
forma política, educada de se agir. Aliás, é dessa forma que V. Exa. e o
Partido de V. Exa. fazem, Ver. Guilherme Barbosa. Enganam esta Cidade, enganam
as pessoas, não permitem que se discuta, enganam com o Orçamento Participativo.
O
SR. PRESIDENTE: O tempo
de V. Exa., de um minuto, acrescentado ao seu tempo regimental, está concluído,
Ver. Luiz Braz. Encerre o seu pronunciamento, por gentileza.
O
SR. LUIZ BRAZ: Lá no
Orçamento Participativo, Ver. Guilherme Barbosa, onde doze pessoas apenas discutem...
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, eu dei um minuto a mais ao tempo de V. Exa. Peço-lhe que encerre o
seu pronunciamento, Vereador.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, eu o estou encerrando. Quero que V. Exa. use a mesma veemência que
está usando para que eu encerre o meu discurso para o Líder de V. Exa. Parar
com os apartes anti-regimentais. É que V. Exa.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 17h16min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 17h17min):
Estão reabertos os trabalhos.
Não vou emitir juízo de valor sobre as críticas do Ver. Luiz Braz
aos trabalhos da Mesa já que ele estava fazendo uma Comunicação de Líder.
Apenas informo ao Plenário que este Vereador concedeu ao Ver. Luiz Braz, Líder
do PTB, um minuto e meio a mais para sua intervenção. Nas duas vezes em que o
Vereador foi interrompido, este Presidente suspendeu os trabalhos, não tendo
ele tido nenhum prejuízo no tempo de sua intervenção.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente respeitosamente, sem entrar no mérito específico da questão, eu
quero apenas permitir-me recolocar aqui um problema que levantei, praticamente,
no início desta Legislatura, ainda no Plenarinho, da necessidade de termos duas
tribunas para os Vereadores. Quando passamos para este Plenário, isso foi
implantado e, depois, com a necessidade de colocar a Tribuna Especial, acabamos
perdendo essa segunda tribuna.
Quero registrar isso à
Mesa, pois, na visão deste Vereador, tem prejudicado parte dos encaminhamentos
da oposição. Portanto, dentro do episódio, sem emitir juízo de valor, eu o
farei por escrito à Mesa no sentido de requerer que a Casa volte a ter uma
segunda tribuna, porque, efetivamente, temos sido prejudicados nos discursos
com intervenções extra-regimentais por parte de alguns - quero fazer justiça -
companheiros da Bancada do PT.
O
SR. PRESIDENTE: Vereador
Antonio Hohlfeldt, respondo a V. Exa. que a questão levantada eu levarei à
Mesa, na qualidade de 1º Vice-Presidente e neste momento na Presidência dos trabalhos.
Realmente V. Exa. levantou essa questão no início desta Legislatura e esse
assunto será levado como requerido por V. Exa.
O
SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, V. Exa. sabe muito bem que, quando nós somos interrompidos no nosso
pronunciamento, temos dificuldade, posteriormente, para darmos a mesma
seqüência, e o Líder da Bancada de V. Exa. é useiro e vezeiro em fazer isso.
Quando estamos na tribuna, ele procura, de forma anti-regimental, agir para
interromper o orador na tribuna. É por isso que apelei a V. Exa. para que ações
como essas não ocorram no Plenário.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, acredito que V. Exa., não na qualidade de Líder do PTB, mas como
Vereador, pode ser a maior testemunha de que este Vereador, enquanto na Presidência
dos trabalhos, procura agir de forma absolutamente imparcial. Eu verifiquei que
a intervenção de V. Exa. estava sendo interrompida por apartes anti-regimentais
e entendi, nesse momento, que deveria interromper no sentido de preservar a sua
intervenção. Visando preservar o tempo da intervenção de V. Exa., concedi quase
dois minutos para, de uma certa forma, reparar o prejuízo que V. Exa. pudesse
ter tido, pela interrupção havida. Quero dizer que esta Mesa está absolutamente
tranqüila e tem procurado, nesse sentido, conduzir em conformidade com as
disposições do Regimento Interno. O registro de V. Exa. foi feito e encontra-se
nos Anais.
O
SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, faço um Requerimento à Mesa para que analise
se cabe ao Vereador, representando a Liderança, o direito de citar Vereadores
de forma nominal, porque é isso que acaba causando tensionamento nos debates do
Plenário. É uma pergunta que fazemos.
O
SR. PRESIDENTE: O
direito à critica política é absolutamente legal e regimental, não se tem como
censurar um colega, desde que a crítica seja feita de forma cortês.
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Questão de Ordem): Apenas quero dizer que no debate de Plenário valem algumas
observações, foi o que fiz. Quando estou na tribuna, alguns Vereadores fazem
isso comigo e não faço esse escândalo que foi feito aqui. Faz parte do
Plenário. E a Mesa atuou corretamente, como o faz com qualquer Vereador.
O
SR. PRESIDENTE: A Mesa
tem procurado, quando suspende os trabalhos por apartes anti-regimentais, não
citar nome de Vereador, para não causar maior embaraço no Plenário mas, se
necessário, o fará.
Com a palavra, o Ver.
Antonio Hohlfeldt em Comunicação de Líder.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, vou começar respondendo à questão do Ver.
Renato Guimarães, dizendo, pior do que citar um Vereador que está presente, que
depois pode usar um tempo - o Ver. Renato Guimarães usa vários tempos -, é
citar alguém que está ausente e não pode-se defender. Na verdade, ele adora
criticar o Presidente Fernando Henrique Cardoso, como adorou criticar o
Governador Antônio Britto, que depois não podiam vir falar desta tribuna. Nem
por isso temos o hábito de interromper, mal-educadamente, o Ver. Renato
Guimarães.
Então, acho que está na
hora de aprender um pouquinho a respeitar a crítica política e deixar para
responder no tempo específico, sobretudo quando se usa o tempo de Comunicação
de Líder.
(Tumulto no Plenário.)
O
SR. PRESIDENTE: Vou
fazer um apelo aos Srs. Vereadores para que não sejam feitos apartes
anti-regimentais.
Ver. Antonio Hohlfeldt
asseguro o tempo a V. Exa.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Obrigado,
Sr. Presidente quero deixar um registro aqui, como tenho feito nas questões da
implantação da roleta na frente dos ônibus, nas linhas da Zona Norte e o
desrespeito continuado que a EPTC e a SMT mantêm em relação aos idosos.
Relatos do dia de hoje:
Linha 650, Av. do Forte, no horário das 9h25min, no carro 6439. O orientador
que viaja dentro do ônibus pede aos velhos para aguardarem na rua, para que as
outras pessoas entrem primeiro; depois, os velhos entram no ônibus, para não
atrapalharem a entrada. Ou seja, os velhos ficam na rua, os outros entram e
depois os idosos entram.
Carro 650, Av. do Forte,
carro 6443, 9h50min. De novo, o orientador diz aos idosos que fiquem em cima do
motorista, sobre a caixa do motor, para dar passagem às demais pessoas, para
não trancar a passagem das demais pessoas que têm de passar pela roleta.
Carro 6542, Linha
Ipiranga/Hospital. Os idosos ficam trancando a passagem, e aí, os passageiros
que estão atrás da roleta começam a reclamar.
Aqui temos um retrato
absolutamente fiel, Ver. Clênia Maranhão, V. Exa também tem acompanhado a
questão, do absoluto desrespeito que a SMT e a EPTC têm tido com relação aos idosos
nas linhas servidas pela CONORTE.
O Ver. Guilherme Barbosa
já expressou a concordância, em parte, com o problema que tenho trazido. Mas eu
gostaria de ouvir de V. Exa., publicamente, também, e não é desafio, é para
tentar estabelecer o debate, para saber o que de fato tem sido encaminhado,
quer pela Bancada do PT, quer por V. Exa, junto à SMT e à EPTC. Porque
continua-se aqui, o Vereador fala, não fala, e a EPTC está pouco ligando.
Quero dizer que já
conversei com o Secretário Mauri e, num dia de reunião da CUTHAB, com o Ver.
Antônio Losada. Na Protásio Alves com a Cristiano Fischer, a EPTC e a SMT, em
boa hora, implantaram um desvio à direita. Na direção Centro-bairro, a faixa da
direita conduz, obrigatoriamente, a pegar a direita, quem vem pela Protásio
Alves, descendo a Cristiano Fischer, e a faixa da esquerda quem segue reto pela
Protásio Alves. Conseqüentemente, quem sobe a Cristiano Fischer, fica com uma
faixa livre para ingressar na Protásio Alves. Aquilo foi pintado de xadrez.
Tudo bem! Só que um mês depois a pintura sumiu e, agora, os motoristas,
sobretudo dos ônibus da Carris, tocam direto pela faixa da direita. Um dia
desses, quase houve um abalroamento de um veículo que subia a Cristiano
Fischer, o motorista confiou plenamente e entrou, porque isso é do direito do
motorista. E o ônibus da Carris que desrespeitou a faixa zebrada, quase apanhou
o veículo, e, obviamente, teria apanhado, em cheio, o motorista.
Eu já havia falado ao
Secretário Mauri, há mais de quinze dias, quando ele esteve aqui, na nossa
Comissão, Ver. Antônio Losada, V. Exa. deve lembrar, sugerindo que ele
colocasse as tartarugas grandes, para evitar que o veículo siga reto, quer
dizer, ou obrigar a dobrar à direita ou seguir reto pela faixa da esquerda. O
Secretário me garantiu que isso iria ser feito em seguida. Faz quinze dias e
nada foi feito. Não adianta a EPTC pagar campanha cara em jornal, rádio e TV em
prol da educação do trânsito, se a EPTC e a SMT são as primeiras a não ter
educação no trânsito, não fazem aquilo que lhes compete como órgãos públicos.
Fica aqui o meu registro
e, novamente, meu apelo ao Ver. Guilherme Barbosa, no sentido que possamos ter
uma conversa com a SMT na questão deste projeto malfadado de colocar a roleta
na frente e obrigar todo o mundo a entrar pela porta da frente nos ônibus,
propiciando marginalização e maus tratos aos idosos que utilizam o serviço de
ônibus de Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Consulto
se as Bancadas que ainda não se manifestaram desejam usar a palavra.
(Aparte anti-regimental do
Ver. Renato Guimarães.)
O
SR. PRESIDENTE: Vereador
Renato Guimarães, este Presidente sabe como conduzir a Sessão.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA (Requerimento): Sr.
Presidente, solicitaria que fosse retirada dos registros taquigráficos a
palavra “moleque”, proferida, da tribuna, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, um
Vereador experiente, que já foi Presidente desta Casa. Faço esta solicitação e
peço que o Sr. Presidente a encaminhe ao Vereador.
O
SR. PRESIDENTE: Ver. Antônio
Losada, o Ver. Antonio Holfeldt ouviu a manifestação de V. Exa. e, se desejar,
retira a expressão, caso contrário, ele nem se manifestará.
O
SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estava dialogando com o meu colega Ver.
Antônio Losada, e de nenhuma forma me referi à Mesa. Eu estava solicitando ao
Ver. Antônio Losada para que não requeresse, não houve nada em relação à Mesa,
portanto não entendi a manifestação de V. Exa.
O
SR. PRESIDENTE: Retiro o
que disse. É que pareceu à Mesa que V. Exa. queria orientar os trabalhos e, não
sendo essa a intenção, retiro o que disse a V. Exa.
O
SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr.
Presidente, solicito a V. Exa. que interprete o Regimento para sabermos se o
Vereador pode portar cuia e bomba ao se dirigir ao microfone de apartes.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
João Dib, isso não está previsto, e quero dizer a V. Exa. que não coloco nenhum
obstáculo ao Vereador que se dirige ao microfone de apartes portando um símbolo
dos gaúchos. É a minha interpretação.
O
SR. JOÃO DIB: Não estou
retirando o símbolo dos gaúchos. Que o seja, mas aqui é a Casa do Povo.
O
SR. PRESIDENTE: Do povo
gaúcho.
A Vera. Clênia Maranhão
está com a palavra para uma Comunicação de Líder pelo PMDB.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores.
Quero-me referir a três
questões neste momento de Liderança do meu Partido, o PMDB. Primeiro, um
comentário sobre alguns discursos que me antecederam, quando estavam, para
nossa alegria, aqui presentes os dirigentes da Associação Nova Azenha. Quero
dizer que acompanhei atentamente os discursos de vários Vereadores, inclusive
dos Vereadores da Bancada Governista, que falavam, assumindo publicamente, na
presença dos representantes da Associação Nova Azenha, uma identificação
aparente, em seus discursos, com os pronunciamentos de lutas daquela entidade.
Eu não quis fazer um contraponto naquele momento, porque acho que a Casa estava
recebendo e homenageando uma entidade importante de empresários da área do
comércio, e que não deveríamos expor, naquela oportunidade, as nossas
divergências e críticas. Mas me surpreenderam os discursos dos Vereadores José
Valdir e Adeli Sell que se colocavam contra os grandes empreendimentos que se
contrapõe aos pequenos comerciantes. Falaram sobre a questão neoliberal que
permite o investimento externo, etc. Fiquei estarrecida porque, quando muito
recentemente, discutimos nesta Casa o Plano Diretor, defendi desta tribuna que
os grandes empreendimentos numa cidade como Porto Alegre deveriam ser analisados
por esta Casa. A Bancada Governista se posicionou contrária, derrubou essa
proposta e evitou que o Parlamento cumprisse o seu papel fiscalizador de
acompanhamento das questões da Cidade, tolhendo a nossa liberdade, o nosso
poder de discutir e de nos posicionarmos sobre isso. Por isso fiquei
impressionada, porque o discurso para o Canal 16 e para a entidade que estava
aqui presente era contrário ao voto concreto feito em relação ao Plano Diretor,
que poderia ser um instrumento importante de debate sobre os grandes
empreendimentos e a sua inter-relação com o comércio local, já instituído na
sociedade. Mas não estou aqui apenas para travar esse debate político, mas, em
nome da honestidade e da transparência dos nossos trabalhos, é importante
colocarmos isso.
A outra questão que
está-me preocupando, e que tem sido retomada e aprofundada pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt, é essa questão do tratamento desumano que tem sido dado aos
aposentados. Espero que alguma Comissão desta Casa que tenha relação direta com
a questão dos transportes tome alguma iniciativa, caso a Prefeitura de Porto
Alegre não responda a essas indagações e a essas solicitações dos Vereadores
que têm ocupado esta tribuna, reclamando dessa situação que continua sendo
trazida aos nossos gabinetes pelos aposentados. É importante que esta Casa
discuta isso, é importante que tenhamos elementos para avaliação disso, porque
senão vamos achar que o Executivo não está preocupado com essa questão, e não
queremos pensar isso.
E a terceira questão que
eu queria trazer à tribuna é a preocupação e a atenção especial que devemos ter
em relação à questão das obras em andamento em Porto Alegre. O Jornal do
Comércio fez uma grande matéria hoje com a manchete “Lojistas ameaçam paralisar
as obras” - isso referente ao Centro da Cidade. A questão do Centro da Cidade
foi muito discutida nesta Casa, os Secretários da área estiveram aqui trazendo
as suas propostas, e acho que a revitalização do Centro é extremamente
importante, mas ela tem de sair dos discursos e entrar na vida das pessoas.
Acho que é também
responsabilidade do Poder Executivo informar esta Casa do que efetivamente está
acontecendo e proporcionando transtornos às pessoas que lá trabalham, que lá
passam, e o porquê do atraso daquelas obras. Porque se nós não fizermos isto de
uma forma muito contundente, ou seja, cumprir a nossa responsabilidade de
fiscalização, talvez isso comece a se arrastar e comece a acontecer como tem
acontecido com os comerciantes da Rua 24 Horas, que têm sido muito prejudicados
por uma falta de atenção especial da Prefeitura em relação a eles. Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O
SR. JOÃO DIB (Requerimento): Sr.
Presidente, solicito que seja feito um estudo. Foi dito por V. Exa. que a cuia
e a bomba é o símbolo do gaúcho. O gaúcho quando está trabalhando, no
entendimento desse vacariano aqui, ele não está com a cuia e a bomba, e nós
aqui estamos trabalhando. Então, eu gostaria que fosse examinada essa questão
quanto ao Regimento e que seja colocada devidamente.
O
SR. PRESIDENTE:
Vereador, eu recebo a sua solicitação de V. Exa., vou encaminhá-la, mas
mantenho a decisão de que possa ser utilizada a cunha e a bomba, até que
tenhamos uma informação mais concreta a respeito dessa questão.
O
SR. JOÃO DIB: Não estou
contra a decisão de V. Exa. V. Exa. sabe que o admiro.
O
SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr.
Presidente, nesta Questão de Ordem, até por uma questão de respeito e de
amizade com o Ver. Antônio Losada, quero dizer a V. Exa. que eu aceito
modificar a expressão que ele mencionou. Não mudo o meu conceito em relação ao
Ver. Renato Guimarães, embora não o tenha chamado de moleque, eu disse que ele
agia molecamente e, repito, acho que às vezes ele age molecamente. Mas ele não
é moleque. E, independentemente da minha posição, eu quero atender o Ver.
Antônio Losada. Então, eu pediria que, depois, eu pudesse ter acesso ao texto,
para poder substituir a palavra, em respeito ao pedido que o Ver. Antônio
Losada formulou aqui a este Vereador.
O
SR. PRESIDENTE: Está
deferido, eu solicito aos funcionários da Diretoria Legislativa, à Diretora
substituta, que solicite, tão logo seja possível, que o Setor de Taquigrafia
encaminhe ao Ver. Antonio Hohlfeldt a cópia taquigráfica do seu pronunciamento,
a fim de que ele possa retificá-la.
O Ver. Guilherme Barbosa
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. GUILHERME BARBOSA: Senhor
Presidente e Senhores Vereadores, um dos debates, nesta tarde, na Câmara dos
Vereadores da nossa Capital, foi a questão da implementação do Supermercado
Carrefour na Zona Norte desta Cidade. Eu fiquei surpreso com algumas
intervenções de pessoas que vivem alardeando a necessidade de grandes
empreendimentos, e que, há pouco, viajaram a Salvador, Bahia, dizendo que lá há
um grande empreendimento - exatamente muito maior do que este - e que estavam
fugindo daqui porque a nossa política está errada, aí vem o mesmo Vereador que
disse isso e fala: “Mas como é um grande empreendimento, vai fechar as lojas
pequenas.” Ora temos que cuidar o que falamos, ou acham que vamos esquecer, em
dois dias, essa grande contradição? Aliás, o Ver. Luiz Braz, segunda-feira,
escorregou em várias curvas, na questão do veto do Prefeito; todo o problema
tinha acontecido aqui na Casa e ele “meteu o pau” em uma determinada Secretaria
e seria outra Secretaria que estava errada e não aquela; depois houve uma
questão com o carro do Ver. Paulo Brum, mencionaram o Executivo e depois vimos
que a informação recebida pelo Ver. Paulo Brum estava errada, a Secretaria
estava certa. Faz tempo que o Ver. Luiz Braz vai muito ligeiro e escorrega na
curva, derrapa, sai da pista. Este é um caso. No caso do capitalismo, do qual o
nosso Partido luta para sair, algumas regras se impõem. Não se trata de
coragem, de impedir que um empreendimento daquele se estabelecesse ali, não
haveria possibilidade legal de impedir que o Carrefour se instalasse na Volta
do Guerino, não haveria possibilidade legal. O nosso Executivo, exatamente
preocupado com os pequenos. investidores e comerciantes, exigimos este estudo,
o Carrefour vai entrar com cerca de oito milhões, além do seu próprio
empreendimento, e vai reservar quarenta lojas dentro do seu empreendimento para
os pequenos empresários, vai treinar e contratar gente da Região, vai ajudar a
abrir a Av. Grécia. Que Executivo consegue isso? Ao contrário, o Executivo que
acabou de sair do Estado, e o que está na Federação e o elogiado pelo Ver. Luiz
Braz , lá na Bahia, paga para que os grandes empreendimentos se instalem no
local, arrasando os pequenos, mas nós, com pressão, com conversa, com
negociação aberta e acompanhada pela população, fazemos com que o empreendedor,
além de empreender o seu próprio negócio, contribua com a Cidade. Essa é a
diferença.
Agora entendo, Ver. Luiz
Braz, porque são tantas as iniciativas do nosso Executivo, o desespero aumenta
cada vez mais, e ele começa a querer nos combater de qualquer jeito,
contradizendo-se, e procura alguma questão de Plenário para tentar sair daquilo
que é o centro, porque ele está completamente enrolado, afundado sob sua lógica
que não existe. É essa a preocupação.
Com relação à entrada dos
idosos pela porta da frente nos ônibus, eu quero dizer aqui, em alto e bom som,
e deve ser o pensamento de minha Bancada, acho que a EPTC, querendo aumentar o
controle de vários setores da população que têm isenção de tarifa e, portanto,
a iniciativa correta, terminou, sem querer, evidentemente, criando um
transtorno maior para os idosos. A SMT deve procurar uma outra alternativa para
isso, porque ocorre uma pressão muito grande sobre os idosos, pelo fato de eles
entrarem pela porta da frente dos ônibus.
Com relação à obra do
Centro da Cidade, a SMIC reafirma o que negociou com os empresários, inclusive
está preparando um projeto para enviar a esta Casa, negociando com a
representação dos camelôs, para a relocalização dos camelôs, de forma negociada
e combinada na Cidade, mas isso será feito no final da obra. Foi esse o acordo
feito com os empresários, e esse acordo será cumprido. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Carlos Alberto Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA:
Senhor Presidente e Srs. Vereadores, terminou ontem a eleição para diretores
nas escolas públicas do Estado. Tivemos a oportunidade de acompanhar em algumas
escolas este significado muito digno de democracia, onde professores, durante
todo o período eleitoral, estampavam em suas jaquetas e blusas as diversas
chapas que estavam concorrendo nas escolas, os alunos se envolvendo, os pais
também tomando posição. Isso nós achamos que é muito bom para o processo
democrático. Quase quatro mil escolas escolheram no dia de hoje os seus
diretores. Mas, ao mesmo tempo, estamos preocupados com este processo de
eleição de diretores quanto à questão do concurso público em nosso Estado.
Sabemos da dificuldade que o Governo está tendo em função do plano de carreira,
mas entendemos que é urgente que o Governo do Estado tome uma posição, e que,
ainda este ano, faça o edital do concurso público, porque o que nós estamos presenciando
é que o contrato emergencial está dificultando, fazendo com que inúmeros
profissionais graduados deixem de exercer suas profissões. Hoje, no Estado do
Rio Grande do Sul, mais de onze mil professores estão atuando em caráter
emergencial. O que nós queremos é que, até o final do ano, o Governo do Estado
possa publicar edital para a realização do concurso. Qual é a nossa
preocupação? No próximo ano, o ano eleitoral, a situação vai ficar mais
difícil, e postergar por mais um ano a permanência dos atuais docentes, num
contrato emergencial, fazendo com que o processo ensino-aprendizagem seja
prejudicado.
Portanto, este é o nosso
apelo: que ainda este ano, saia o edital de concurso público para professores
em todas as áreas no Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ausentado do Plenário por alguns minutos, eu aqui
retorno e vejo instalada uma discussão em torno de um empreendimento que há
mais tempo se discute a sua instalação na Zona Norte de Porto Alegre. Vejo, no
discurso, inclusive da Liderança do Partido dos Trabalhadores, do brilhante
Ver. Guilherme Barbosa, uma comparação entre a situação do estabelecimento
comercial francês, que vai ser colocado na Av. Assis Brasil, com um
empreendimento que os gaúchos fizeram na Bahia. Parece que nós estamos tendo
uma troca: os gaúchos estão saindo daqui para a Bahia, provavelmente pelo
efeito da FORD, e os franceses, os estrangeiros estão se instalando aqui no Rio
Grande do Sul. A minha posição é muito clara, eu não tenho nenhuma posição
xenófoba contra o capital estrangeiro, não tenho a menor dificuldade de
recomendar a sua utilização, quando conveniente, para o desenvolvimento dos
Municípios do Estado, sendo, evidentemente, essa situação uma dificuldade de
explicação para quem tem restrições contra o capital estrangeiro.
Ver. Pedro Américo Leal,
eu sempre pensei que essa fosse uma área onde a gente não tivesse muita
carência de aprendizagem, que é a área de atendimento ao público no regime de
supermercados. As redes gaúchas sempre se mostraram muito eficientes.
Lamentavelmente, a maioria delas estão sendo desnacionalizadas, outros grupos
estrangeiros, portugueses, estão assumindo, aqui. E o Carrefour, que já está
instalado aqui no Rio Grande do Sul, há bem mais tempo, agora vai-se instalar
na Av. Assis Brasil, com problemas que eu acredito que o trabalho realizado
sobre o impacto sócio-ambiental ainda não clareou devidamente. Eu vejo, por
exemplo, na leitura que eu faço rápida do Jornal Correio do Povo, que um dos
compromissos que o Município exigiu do Carrefour foi a abertura da Av. Grécia,
que faz parte de um sistema viário da Cidade, sobre o qual a Câmara Municipal
ainda não decidiu.
Cometemos aqui um equivoco
muito grande no encaminhamento de um debate que se fez há poucos dias, no final
do Plano Diretor, a respeito de projetos de impacto de primeiro e de segundo
nível, porque entendemos que estávamos aumentando a capacidade de o Vereador
atuar na Cidade, quando uma Emenda tentava transformar esta Câmara numa seção
da Secretária Municipal de Planejamento, onde iríamos passar a protocolar todos
os projetos que viessem por eles a ser aprovados. Os grandes projetos desta
Cidade têm que passar pela Câmara Municipal até por definição do novo Plano
Diretor, que consagrou Emenda do Ver. Luiz Braz, que determina que o novo
sistema viário de Porto Alegre tenha que estar aqui, nesta Casa, no período de
trezentos e sessenta dias após a publicação do novo Plano. Assusta-me que esta
Av. Grécia, que faz parte de um complexo muito discutido pela comunidade, que
nos acompanhou aqui, que nos ocupamos fortemente em equacionar aquele binário
que se pretende instalar, a nova alternativa para a saída de Alvorada, que faça
parte de um compromisso que, pela leitura do jornal, deve ser concretizado
ainda antes do ano 2000, porque, parece ser essa a exigência. Sobre este
aspecto, não vou protestar, para não parecer incoerente, sobre a aprovação do
Carrefour, cuja localização posso não considerar a ideal, mas que os estudos
recomendaram a sua aprovação. Não protesto contra isso. Agora, preocupo-me e
passo a me alertar, vou em busca de melhores esclarecimentos sobre este
compromisso, porque parece-me que, a se consolidar esta Avenida, de tal sorte
que, qualquer desejo da população de alteração do sistema viário de Porto
Alegre fique comprometido pelo fato consumado.
Por isso, quero, com toda
a tranqüilidade de quem não faz crítica pela crítica, dizer que não estou
lacrimejando, nem chorando, nem lamentando que tenham decido com o Carrefour,
tenho, sim, uma enorme preocupação no tipo de negociação que foi realizada e na
conclusão a que se chegou. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. ISAAC AINHORN: Sr.
Presidente, vou solicitar que V. Exa. determine a permanência do canal de
presenças aberto para informar o andamento do número de Vereadores presentes
durante o período da Ordem do Dia, até que haja uma votação.
O
SR. PRESIDENTE: Eu
respondo a V. Exa. que não é possível atender ao seu Requerimento e que, tão
logo seja feito o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, nós vamos dar por
encerrado o processo e, havendo quórum, entraremos na Ordem do Dia.
Os Vereadores que
ingressarem posteriormente ao fechamento do processo, deverão procurar o 1º.
Secretário e registrar as suas presenças, não havendo nenhum prejuízo a esses
Parlamentares.
O
SR. ISAAC AINHORN: Eu
solicitaria, então, nobre Ver. Juarez Pinheiro, que tão logo encerrasse o
período de manifestação de sua presença na Ordem do Dia, que deixasse o quadro
sem nenhuma marcação, e não com 33 presenças como, usualmente, acontece. O que
leva e induz os Vereadores ao equívoco.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Isaac Ainhorn, esses ainda são problemas que estamos corrigindo. Se fizermos
isso, teremos que desligar todo o sistema e teremos prejuízos futuros.
O
SR. ISAAC AINHORN:
Então, por que não deixa aberto?
O
SR. PRESIDENTE: Porque é
necessário deixar claro o número de presenças para que venhamos a dizer: há
tantos Vereadores presentes e há quórum para entrarmos na Ordem do Dia.
O
SR. ISAAC AINHORN: Eu
não quero polemizar, quero colaborar com V. Exa. Se V. Exa., por exemplo,
dissesse agora: há dezenove Vereadores presentes e ingressamos na Ordem do Dia,
dentro de três minutos, um Vereador entra e será o vigésimo, mas o número que
fez com que, regimentalmente, se ingressasse na Ordem do Dia, já está
manifestado.
O
SR. PRESIDENTE:
Vereador, eu acolho a questão, acho relevante que V. Exa. o faça para colaborar
com os trabalhos. Eu apenas mantenho a minha decisão e, para a próxima Sessão,
levarei em consideração a questão que V. Exa. levanta que me parece ser
relevante.
Vou verificar junto aos
setores competentes para que venhamos a implementá-la.
Obrigado, Ver. Isaac
Ainhorn, pela sua colaboração.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, apenas para colaborar com a Mesa, eu pergunto se o sistema não pode
ser conservado da forma como está - eu vejo que há dezenove Vereadores presentes
neste exato instante - e os outros Vereadores, quando chegassem, através das
caixas de entrada, colocarem suas presenças?
O
SR. PRESIDENTE: Essa é
exatamente a questão que o Ver. Isaac Ainhorn colocou em outras palavras, que
eu considero relevante. Neste momento, não há possibilidade técnica, mas vamos
verificar a possibilidade de implementar essa questão levantada por V. Exa e
pelo Ver. Isaac Ainhorn e que me parece procedente na questão material, apenas
a sua execução não é possível.
Temos vinte Vereadores, há
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O
SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr.
Presidente, conversei com algumas Lideranças, pois não foi possível conversar
com todas, mas requeiro o encaminhamento dos Projetos nesta seqüência: PELO nº
003/99, PLL nº 139/97, PLCE nº 001/99, PR nº 027/99, PLL nº 070/90, PR nº
048/99, PLL nº 043/98, PLL nº 010/93 e PLL nº 177/98. Após, a seqüência normal.
O
SR. ISAAC AINHORN (Esclarecimento): Sr.
Presidente, eu respeito a ordem apresentada pelo Ver. Guilherme Barbosa, porém
quero informar que a maioria das Lideranças não está de acordo com a planilha
de votação proposta por S. Exa.
O
SR. PRESIDENTE: Ver.
Luiz Braz, antes que V. Exa. ocupe a tribuna sugiro que os trabalhos sejam
suspensos para que possamos acertar uma ordem de apreciação dos Projetos.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se
os trabalhos às 18h01min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 18h03min):
Estão reabertos os trabalhos. Consultamos o Ver. Guilherme Barbosa se houve
acordo sobre a ordem de apreciação dos Projetos?
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Sr. Presidente, o Projeto de Lei do Legislativo nº 139/97 volta para a posição
que foi, originalmente, apresentada pelo expediente da Sessão de hoje; os
demais permanecem de acordo com a sugestão feita por este Vereador.
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa, sugerindo nova ordem de
apreciação dos Projetos constantes na Ordem do Dia. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, não estamos de acordo
com a proposta feita pelo Ver. Guilherme Barbosa, tanto com essa proposta
quanto com a anterior. Não temos nenhuma contrariedade com relação ao Projeto
do Ver. Antônio Losada referindo-se ao código de barras, então não sou
contrário nem àquela nem a essa. Acredito que temos que rediscutir, entre Mesa
e Lideranças da Casa, essa ordem do desenrolar da Sessão. São dezoito horas e
cinco minutos, e o que está acontecendo? O Plenário já está-se esvaziando. Porque
os Vereadores, desde as catorze horas, estão discutindo os mais diferentes
temas, participando de homenagens para os comerciantes da Nova Azenha - acho
muito justo -, participando de homenagens para os funcionários públicos ligados
à Câmara Municipal - que é muito justo -, mas depois de todas essas discussões,
chegamos, agora, na hora que deveria ser a principal hora da Câmara Municipal,
com o Plenário esvaziado.
Não critico os Vereadores,
porque, afinal de contas, os compromissos são muitos, até para tratar, junto às
comunidades, dos problemas inúmeros que temos na Cidade. Penso que cabe a nós,
Vereadores da Câmara Municipal, sentarmos, novamente, para discutir se a Ordem
do Dia vai ter importância nas nossas Sessões ou se ela não vai ser importante.
Porque já há muito tempo a Ordem do Dia começa às 18h e termina às l8h15min ou
18h30min. Praticamente, não temos mais condições de discutirmos os Projetos
mais importantes da Casa. Independente das discussões que travamos aqui do
Plano Diretor, mas tirando o Plano Diretor, não lembro de um Projeto que tenha
tramitado nesta Casa e que tenha oportunizado a que todos os Vereadores
pudessem discuti-lo.
Nós temos muitas
proposições e muitos Projetos importantes tramitando. O Projeto de Código de
Barras, apresentado pelo Ver. Antônio Losada, é importante e vai requerer a
atenção de todos os Vereadores. Todos vão querer fazer a discussão para
aperfeiçoá-lo.
O Plenário está se
esvaziando. Já é mais de 18h, os Vereadores já começam a se dirigir a outras
atividades ligadas a esta Casa. Mas, infelizmente, essa obrigação, que é nossa,
que é do Plenário, que é da representação que temos da sociedade, está ficando
em segundo plano.
Ver. Pedro Américo Leal,
acredito que teremos que colocar o período de Comunicações nas terças-feiras e
quintas feiras - como ocorria anteriormente -, que oportunizava a todos os
Vereadores o debate de tudo o que quisessem ou teremos que modificar as Sessões
de segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras. A Ordem do Dia não pode ser
prejudicada, as principais discussões e propostas da Cidade estão sendo
secundarizadas. E, hoje, mais uma vez estamos votando favoravelmente a qualquer
proposta colocada para a ordem dos Projetos. Temos Projetos para serem votados,
mas eu concordo com qualquer ordem proposta. Tenho certeza absoluta de que não
conseguiremos votar nenhum Projeto importante no dia de hoje; vamos conseguir
votar novamente nomes de ruas, algumas indicações de títulos, etc. Mas as
principais propostas nós não temos condições de discutir. A Sessão está sendo
feita, no meu modo de entender, numa ordem que deve ser modificada. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver.
Guilherme Barbosa.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Cláudio Sebenelo se inquieta com esta
discussão que se instala às 18h10min nesta Casa. Acredito que esta discussão
tem que ser instalada num momento ou noutro. Hoje, o inconveniente de votar não
só a proposta do companheiro Antônio Losada, como também outras polêmicas que
há, é o momento em que a Casa é colocada perante esta discussão. Entendo, Ver.
Pedro Américo Leal, que é um dia especial nesta Casa, seria um grande dia de
decisões. Nos últimos tempos, sistematicamente, nós temos incluído um rol de
atividades que poderiam ser evitadas nesses dias, tipo Tribuna Popular ou a
utilização do período de Comunicações ou do Grande Expediente para homenagens
justíssimas, mas mal colocadas nesses espaços. Eu tenho razão de fazer essa
afirmação, até é um discurso de coerência. Vejam V. Exas. que a proposta do
Ver. Antônio Losada é séria e tramita na Casa há um longo tempo; merecerá,
indiscutivelmente, um debate; senão todos, pelo menos, quase todos vão sobre
ela se debruçar. Eu até entendo que algumas matérias que se encontram
represadas devem urgentemente ser analisadas em conjunto pela Mesa e Lideranças
e, se for o caso, é a proposta que faço, podemos marcar dias especiais, quando
a Ordem do Dia será predominante sobre os demais espaços, para que se votem
essas matérias que estão aguardando decisão da Casa. Agora, votar esta matéria,
neste momento, quando o Ver. João Dib que é o homem que mais fica nesta Casa,
justiça seja feita, já está-se retirando, porque todos nós sabemos que ele tem
que comparecer à Missa de 7º Dia da mãe da sua esposa, da sua sogra, por
conseqüente, votar uma matéria como essa, ou, inclusive, a própria proposta do
Ver. Elói Guimarães, que está priorizada para se votar em primeiro lugar... Não
é um assuntinho qualquer, não! Diz respeito à substituição do Sr. Prefeito
Municipal, em determinadas circunstâncias; diz respeito, em última palavra, a
quem é que vai ficar um, dois dias, doze, quarenta e oito ou setenta e duas
horas, com a caneta, lá no Paço Municipal, podendo autorizar, inclusive, se for
o caso, até mesmo, a abertura do Carrefour, ou qualquer outra coisa que seja de
procedimento ao talante e na competência de quem, transitória ou
definitivamente, ocupa o Paço Municipal.
Então, Ver. Antônio
Losada, eu fiz questão de vir ocupar a tribuna, porque não vou confessar nada
que já não seja público. Tenho um grande respeito por V. Exa. e acho que se
estivesse na sua pele estaria irritado. Por que fazem tanta homenagem e quando
chega a hora de votar o meu Projeto têm que ir para a missa? Mas essa é a
realidade, e se nós não encararmos de frente essa realidade, nós vamos viver
dia após dia situações como essa. Então, não estou me justificando. No momento,
acho que não tem nem quórum para que se prossiga a reunião. Parece-me que nem
quórum tem para que se prossiga a reunião, mas, se tiver quórum, nós não vamos
ir além da primeira matéria da Ordem do Dia, que já vai ser polêmica.
Então, não tem outra
saída: ou nós nos entendemos enquanto Lideranças e construímos uma saída
legítima de entendimento para que a proposta do Ver. Elói Guimarães, a proposta
do Ver. Antônio Losada e várias outras propostas importantes que estão aí sejam
votadas prioritariamente, ou nós estaremos, sempre, às seis horas da tarde,
discutindo a inversão da Ordem do Dia, quando é muito difícil dizer o que é
mais prioritário sobre outra situação qualquer. Era isso, Sr. Presidente. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Muito
obrigado, Ver. Reginaldo Pujol. Por dever de ofício, informo a V. Exa. que
temos quórum para dar continuidade à nossa Sessão neste momento.
O Ver. Pedro Américo Leal
está com a palavra para encaminhar.
O
SR. PEDRO AMÉRICO LEAL:
Exmo. Sr. Presidente, Srs. Vereadores, claro que há uma crítica velada,
disfarçada sobre as modificações do Regimento, em torno de tudo que se discute,
aqui. Mas vamos enfrentar o problema de frente, frontalmente. As modificações
estão acertadas. Foram benéficas? Foram! Eu procurei, no que me era possível,
fazer desta Casa uma Casa de debates, e esta Casa tem que ser caracterizada.
por debates. Mas há uma reação natural, porque aqui é uma Casa de festividades,
meus senhores, é uma Casa de festejos - o Ver. Luiz Braz não disse isso, porque
ele tergiversou, passou de soslaio, não enfrentou o problema - é uma Casa de
festividade, aqui se trazem os Bairros, todos os clubes filantrópicos, é
homenagem atrás de homenagem, a Tribuna Popular. Eu não gosto da Tribuna
Popular, sempre digo aos senhores, procurei tirar a Tribuna Popular, não tirei
porque não pude. Agora, vamos esbarrar de frente, vamos enfrentar o problema, é
uma Casa de festanças. Ver. Luiz Braz, V. Exa. deveria ter dito que nós
entramos, praticamente em discussão de Pauta às 16h15min. Todo o dia eu
verifico a hora que nós começamos os trabalhos: 16h15min, 16h30min. Já chegamos
a entrar em trabalhos - trabalhos, que eu digo, são coisas que se caracterizam
por discussão de Pauta, Ordem do Dia - às 17h da tarde. Então, não é possível.
Vocês vão ter que decidir: querem uma Casa de festividade ou querem uma Casa de
debates? Querem fazer rapapés, floreios, ademanes? Se querem uma Casa de
debates, procurem restringir, façam todo o possível para colocar os floreios,
as mesuras, os circunlóquios, as cortesias, a busca de votos, às sextas-feiras.
Sexta-feira fica dedicado a recebimento de "clientes", esta Casa se
transforma, na verdade, neste dia, numa Casa de festividades. Sexta-feira é a
casa da clientela, é o dia da clientela; vamos recebê-la, bater palmas, dar
dois minutos para cada um dos Vereadores. Agora, por favor, não me venham
iludir, pois nós procuramos transformar esta Casa em Casa de debates. É bonito
uma Casa de debates. Temos, aqui, na verdade, tempo de Liderança e tempo de
Comunicações que se conflituam, fazem quase dezesseis a vinte pronunciamentos.
Isso é producente. É para isso que viemos para cá para mexer, amenizando os
problemas que Porto Alegre, o Estado. O Brasil sente e treme. É isso que temos
que fazer. Decidam: Casa de debates ou Casa de clientela política? Depois de
decidirem, queiram-me avisar; eu moro naquela Bancada ao lado de um cidadão que
todos conhecem aqui, Ver. João Dib. Muito obrigado.
(Revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para encaminhar o Requerimento do Ver.
Guilherme Barbosa, que solicita alteração na ordem de apreciação dos Projetos
constantes na Ordem do Dia.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é de um pedantismo insuportável um Vereador
chegar nesta tribuna e dizer que tem assiduidade e pontualidade impecáveis
nesta Casa.
É pedante, porque isso é
apenas a nossa obrigação. Nós temos a obrigação de estar permanentemente aqui e
atentos, pelo menos, na tentativa de resgatar um pouco esta já imagem tão desgastada
do político brasileiro. Aqui é uma Casa política e aqui se dá, exatamente, o
grande debate. Aqui se dá a briga, o atrito, a erosão das idéias, pois tudo
isso se consolida em debate.
Às vezes, eu saio daqui
profundamente frustrado neste meu arrivismo, em quase três anos de Vereador,
querendo modificar o mundo, achando que o mundo deve mudar, achando que a
reforma urbana é fundamental. Temos que começar a pensar em reformar a nossa
Cidade, pois a frustração, às vezes, é muito grande. No dia seguinte, nós
voltamos, com toda a energia, em busca da seriedade dos debates, da seriedade
da Casa. Algumas vezes, nós nos constrangemos com a tentativa da transformação
demagógica de uma longa agenda de trabalhos da Ordem do Dia, nós a
transformamos num exercício apenas de crônica social e de confraternização.
Confraternizar é muito bom, a crônica social é uma beleza, desde que isso seja
feito no seu devido lugar, não aqui. Esta é uma Casa de debates, uma Casa em
que o contraditório tem de ir ao paroxismo. Nesta Casa, nós não só
representamos o povo, como também nos representamos, como atores fundamentais
de um processo, de um debate em que o contraditório, o antagonismo, as forças
contrárias são absolutamente indispensáveis, colocadas cada uma em um prato da
balança. Só então há decisão!
Nós temos que nos
acostumar com ganhos e também com perdas. Não estamos preparados para perder,
quando, muitas vezes, as derrotas nos ensinam muito mais do que a embriaguez de
uma vitória. É por isso que, parece-me, Ver. Pedro Américo Leal, com quórum ou
sem quórum, nós temos que votar. Podemos perder, por que não? Nós não vamos
ganhar sempre. Mas esse recurso, esse jeitinho regimental que nos afasta do
Plenário e que boicota o funcionamento da Casa, feito por nós mesmos, torna-se
algo que nos preocupa muito, que onera a sociedade, que “empurra com a barriga”
todas as nossas aspirações, de vermos votados os nossos Projetos, muitas vezes
importantes para a municipalidade. Isso para nós, no fim dos trabalhos, dá
sono, dá cansaço e nos traz uma longa e frustrante desesperança. E não há coisa
pior do que a desesperança, não há coisa pior do que o irreversível, não há
coisa pior do que a frustração de vermos uma Casa como esta ser esvaziada aos
poucos, exatamente, quando cada um que sai leva com ele a nossa possibilidade
em resolver os problemas que são fundamentais nesta Casa.
E já deveríamos ter feito
uma Emenda, Ver. Pedro Américo Leal, no próprio Regimento para afastar de vez
os incríveis óbices que fazem desta Casa, muitas vezes, uma Casa de
acontecimentos sociais apenas, só de crônicas sociais. Queremos uma Casa onde a
política esteja em primeiro lugar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Em
votação nominal o Requerimento do Ver. Guilherme Barbosa. (Após a apuração
nominal.) Quatorze votos SIM, 01 ABSTENÇÃO. Dezesseis Vereadores
presentes. Não há quórum. Anulamos a votação deste Requerimento.
Estão encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h28min.)
* * * * *